A crise provocada pela pandemia do coronavírus pode provocar grandes mudanças no mundo do futebol, alertou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em entrevista publicada nesta segunda-feira (23) pelo diário esportivo italiano La Gazzetta dello Sport.
— Precisamos de uma avaliação do impacto econômico global provocado pela pandemia do coronavírus — afirmou o mandatário da entidade que rege o futebol. — Vamos calcular o prejuízo, olhar como cobri-lo, fazer sacrifícios e seguir em frente — completou.
Infantino explicou que isso não significa "começar do zero" e alertou que é preciso "salvar o futebol de uma crise que pode ser irreversível".
— Não sabemos quando voltará a normalidade — , continuou o dirigente suíço de 50 anos, que vê na crise uma oportunidade. — Podemos talvez aproveitar para reformar o futebol dando um passo para trás. Com formatos diferentes, competições reduzidas, até com menos equipes, mas com mais equilíbrio e menos jogos para proteger a saúde dos jogadores — cogitou Infantino, garantindo que estas propostas "não são ficção científica".
Infantino revelou que a Fifa está trabalhando em medidas para os jogadores cujos contratos terminam em 30 de junho:
— Pensamos em modificações e derrogações temporárias ao regulamento sobre o estatuto dos jogadores e de transferências para proteger os contratos.
O dirigente insistiu que todas as medidas exigiram um "sacrifício":
— São necessárias medidas rigorosas. Mas não há outra opção. Todos temos de fazer sacrifícios.
Por outro lado, Infantino negou estar negociando a criação de uma superliga fechada com clubes europeus, um pedido dos presidentes de alguns dos gigantes do continente.
— No futuro, é preciso haver pelo menos 50 seleções que possam ganhar a Copa do Mundo e não só oito seleções europeias e sul-americanas. E 50 clubes que possam ganhar o Mundial de Clubes, não só cinco ou seis europeus. E, desses 50, 20 serão europeus, o que já me parece melhor do que atualmente. Não é momento de falar sobre isso, porque a saúde das pessoas é prioridade — completou.
O primeiro Mundial de Clubes com o novo formato de 24 clubes está previsto para ser disputado de 17 de junho a 4 de julho de 2021.
— Voltaremos a jogar quando for possível, sem colocar em risco a saúde de ninguém — concluiu.
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