A Fifa apresentou uma proposta que, se aprovada, acabará com uma grande preocupação da dupla Gre-Nal e de vários clubes brasileiros. Devido à pandemia de coronavírus, a entidade propõe que todos os contratos que estão por terminar em dezembro de 2020 sejam automaticamente prorrogados até o final das competições nacionais. Grêmio e Inter têm hoje, cada um, seis atletas importantes no grupo com contratos válidos apenas até 31 de dezembro. Se a ideia não for aprovada, Renato Portaluppi e Eduardo Coudet podem jogar a reta final do Brasileirão, em janeiro ou fevereiro de 2021, com os times desfalcados.
No Grêmio, enquadram-se nessa situação o goleiro Júlio César, o zagueiro Marcelo Oliveira, os laterais Orejuela e Caio Henrique, o meia Thiago Neves e o atacante Diego Souza. Já no Inter, é o caso dos volantes Musto, Rodrigo Dourado e Rodrigo Lindoso, dos meias D’Alessandro e Thiago Galhardo e do centroavante Gustagol. Em tese, os clubes teriam de negociar renovações com todos eles para utilizá-los nos jogos finais, caso o Brasileirão realmente termine apenas em 2021, o que é a tendência.
A ideia da Fifa, que depende ainda de aprovação do Conselho da entidade, é prorrogar todos os contratos automaticamente “até a nova data de término da temporada”. A reportagem de GaúchaZH teve acesso ao documento que foi enviado às associações nacionais, que classifica a pausa no futebol devido à pandemia como um “motivo de força maior” e fala em “assegurar a integridade das competições nacionais”.
No item 1 da proposta apresentada pela Fifa, a entidade ressalta que os contratos firmados entre o início e o fim da temporada, têm a “verdadeira intenção de garantir o vínculo do atleta durante a totalidade da temporada”. Desta forma, a entidade propõe uma mudança excepcional no artigo 18 do Regulamento de Transferências e estabelece as seguintes alternativas (tradução livre):
- Quando um contrato estiver por expirar na data original do término na temporada, ele deve ser estendido até a nova data de término da temporada..
- Quando um contrato estiver por iniciar na data original de início da nova temporada, o seu início deve ser adiado até a nova data de início da nova temporada.
- No caso de temporadas sobrepostas, ao menos que as partes acordem o contrário, a prioridade será dada para o clube anterior completar a sua temporada com o seu plantel original, com o objetivo de assegurar a integridade da competição nacional.
Desta forma, se as propostas forem aprovadas e o Brasileirão de fato terminar apenas em 2021, Grêmio e Inter não precisariam, por exemplo, devolver Caio Henrique e Musto para Atlético de Madrid-ESP e Huesca-ESP, respectivamente, no dia 31 de dezembro e poderiam contar com esses jogadores até o final do campeonato nacional. Da mesma forma, os contratos dos demais atletas também seriam prorrogados automaticamente até o final da competição.
Além disso, no item 3 do documento apresentado às associações nacionais, a Fifa propõe que todos os pedidos de extensão da janela de transferências sejam aceitos, desde que seja assegurado o prazo máximo de 16 semanas. Desta forma, as janelas europeias, que terminam no fim de agosto ou no início de setembro nos principais mercados, poderiam ser prorrogadas até o fim do ano, facilitando a possibilidade de clubes como Grêmio e Inter realizarem grandes vendas de atletas para o exterior.
As medidas dependem de aprovação do Conselho da Fifa, que é composto por 37 dirigentes de todas as confederações continentais. O órgão é comandado pelo presidente da entidade, Gianni Infantino, e tem como membros o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, e o vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, o único representante brasileiro.