Aos poucos, algumas ponderações que este colunista vem fazendo sobre Miguel Ángel Ramírez vão se confirmando. Houve certo frenesi de que ele fosse praticar uma revolução radical antes mesmo de estrear. Assim, Rodrigo Dourado não seria nem observado como o camisa 5 armador e as extremas seriam necessariamente ocupadas por ponteiros. Como o 4-3-3 é o sistema preferido do jogo de posição, o mais comum é que os lados fiquem com ponteiros e eles façam a amplitude. Mas isso não é um dogma. É preciso tentar entender o que Ramírez veio fazer no Beira-Rio.
O que vale é o conceito. Se Patrick, um volante de origem, desempenhar bem os movimentos da beirada, sem problema. Apresentado a novas ideias e, especialmente, estimulado por novos métodos de treinamento, um jogador pode se adaptar e até descobrir novas virtudes em outro setor do campo.
Outros não conseguirão, é claro. A história do jogo de posição está cheio de exemplos de volantes que viram zagueiros (não seria absurdo pétreo experimentar Rodrigo Dourado, forte pelo alto, como construtor), meias que arrasam como volantes e assim por diante.