Os jogadores dos pequenos clubes estão em pânico com a chance de a Medida Provisória do Flamengo virar lei no Congresso. Os celulares do sindicato gaúcho não param de tocar.
Pelo texto da Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, a pedido do clube carioca durante um almoço, o pagamento do direito de arena sai da entidade de classe e passa para o clube mandante.
É claro que vai virar via crúcis para os visitantes receberem. E os jogadores do time da casa terão de se ver com o seu patrão, que mal paga o do mês, no caso da maioria dos clubes pequenos do Brasil.
A MP trata dos direitos de transmissão de TV, que passam a ser só do clube mandante do jogo, mas lá pelas tantas apresenta essa armadilha do direito de arena, sem alarde.
No Gauchão, o direito de arena por jogo é de R$ 250. A regra é ir somando e repassar no final, mas nem sempre é assim. As rodadas até o recesso foram antecipadas pelo Sindicato, atendendo a apelos dramáticos de jogadores que tiverem seus salários, já esquálidos, desidratados pela pandemia.
O valor parece irrisório, mas lembre-se: 83% dos atletas brasileiros ganham salário mínimo. Os jogadores de Grêmio e Inter recebem R$ 2,5 mil, mas para eles o direito de arena do Gauchão não faz diferença.
Menos mal que a MP já nasceu morta, pela maneira tosca como foi apresentada, tratando direitos de transmissão de TV como urgência em um momento que o país chora mais de 50 mil mortes de covid-19. De qualquer maneira, os jogadores devem ficar alertas.