Desde que Inter e São José se enfrentaram em 15 de março, no Passo D'Areia, o Colorado nunca mais entrou em campo para uma partida oficial. Já se passaram cem dias desde aquele domingo de Gauchão. Ainda que a equipe já tenha voltado a treinar, ainda não há previsão do retorno de nenhum campeonato. Isso preocupa o presidente Marcelo Medeiros, que concedeu entrevista ao Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (23).
— Lá no início, quando começamos a enfrentar esse cenário, fizemos um trabalho de projeção de volta da nossa atividade em 30, 60, 90 dias e para mais para frente. O Inter tem um certo fôlego, crescemos um pouco no nosso quadro social, temos parte de patrocínios, parte da parcela da TV, reduções salariais. Isso nos permitiu ter um fôlego, mas não vai muito longe. Se o futebol não voltar em 30, 60 dias, vamos enfrentar uma situação dramática, passando por dificuldades — afirmou.
O dirigente colorado também falou sobre o momento que mais o fez sofrer nestes últimos cem dias. Medeiros contraiu o coronavírus, mas disse que foi outra situação que o fez ficar triste.
— O que me fez mais sofrer foi o desligamento dos funcionários do clube. Eu te faço uma reflexão: tu imagina se as rádios estivessem há cem dias fora do ar. Imagina como seria o ambiente, esta é a realidade dos clubes de futebol — relatou.
O presidente voltou a reforçar que os protocolos higiênicos e sanitários adotados por Inter e Grêmio são seguros e já foram apresentados à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e ao governo do Estado. Ele ainda salientou que o futebol pode preencher uma lacuna no cotidiano das pessoas.
— Os protocolos de Grêmio e Inter, através da troca de informação, do aprimoramento, podem ser os melhores possíveis. Os jogadores vivem num ambiente diferente do ambiente comum, muito reservado. O retorno do futebol vai acontecer sem torcida, então uma partida não terá mais do que cem, 150 pessoas no estádio. A volta do futebol pode preencher um espaço que está faltando na nossa vida, que é o entretenimento, um produto cultural, que move a economia — finalizou.