A postura de pouco diálogo que o Flamengo tem adotado nas discussões do futebol durante a pandemia de coronavírus gera preocupação em diversos setores do esporte. Nesta terça-feira (23), o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, revelou que conversou com o mandatário rubro-negro Rodolfo Landim sobre o assunto e notou receptividade em uma mudança para ações mais coletivas por parte do clube carioca.
— Conversei com o Landim no domingo (21) e chamei atenção a ele de que o Flamengo é importante para formularmos uma nova política de futebol no Brasil. Antes de se achar maior ou mais capaz, é mais importante liderar um projeto dos clubes de Série A e Série B. Ele deve exercer a liderança dele para o coletivo e não para a individualidade. O Flamengo pode contribuir para o coletivo se tiver essa visão. Eu vi no Landim uma grande capacidade de recepção em relação a isso — revelou Romildo durante participação no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha.
Entre as críticas feitas ao Flamengo, está a Medida Provisória 984/2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro que mudou a lei de direitos de transmissão do futebol. A MP beneficia o clube carioca, sem acordo com a Rede Globo sobre o Campeonato Carioca. Romildo afirmou que esse tema precisa ser melhor discutido e o futebol não pode ser usado pelo governo em uma briga com a emissora.
— O Presidente da República nem o Flamengo tem direito de nos colocar no centro de uma briga entre o governo e a Globo. O futebol não deve ser chamado para essa fogueira. Temos muitas coisas em jogo, temos contratos bilionários, temos um valor cultural do Brasil para preservar e não podemos nos submeter a um mero jogo de “republiqueta” — concluiu.
