O Inter está contratando um executivo de futebol de primeira linha. Rodrigo Caetano é o inventor da profissão no Brasil, assim como o também gaúcho Valdir de Moraes criou a de preparador de goleiros, há 50 anos, em 1968, no Palmeiras. Após um breve início no extinto RS, Rodrigo só trabalhou em grandes clubes, a partir do Grêmio. Ostenta títulos importantes, como o Brasileirão de 2012, pelo Fluminense.
Trata-se de uma mudança de paradigma no Inter. Depois de João Paulo Medina, em 2000 e 2001, os escolhidos para o cargo sempre foram de casa: Newton Drummond, Jorge Macedo, o próprio Fernandão. Drummond, hoje no Vasco, ocupou o cargo mais de uma vez. Não foi diferente com Jorge Macedo, formado e com longa trajetória no Beira-Rio, especialmente na base. Tal lógica, a dos executivos colorados, levou o Inter até o Mundial de 2006, mas parece ter se esgotado. Também com ela veio o rebaixamento.
Agora são novos tempos. Rodrigo Caetano também presidiu e ajudou a fundar a Associação Brasileira dos Executivos de Futebol (ABEX). Vem sob contrato, como se fosse um jogador. É óbvio que o vice de futebol, Roberto Melo, será preservado da exposição a que corajosamente submeteu-se até agora.
Jorge Macedo, o executivo anterior, falava pouco. Não era de dar entrevistas, até pela estratégia do clube naquele momento, interessado em tornar Roberto Melo um dirigente mais conhecido, embora internamente a trajetória do vice de futebol já fosse respeitada, por seu trabalho nas categorias de base.
Rodrigo Caetano atrairá holofotes. O Inter foi atrás de uma reputação insuspeita para suportar um ano que ainda terá oscilações e pepinos a descascar, especialmente do ponto de vista financeiro. Ele tem a janela de agosto pela frente, na qual as grandes transações do mercado internacional acontecem, por serem começo de temporada na Europa.