Esse “Shazam” do cinema chamava-se, antes, Capitão Marvel. “Shazam” era a palavra mágica que ele gritava para se transformar em super-herói. Seu arqui-inimigo era um cientista careca e maluco, o Doutor Silvana, que estava sempre tramando para conquistar o mundo.
Pois bem. O Flamengo de hoje é o Doutor Silvana. Ou, antes, é uma mistura do Doutor Silvana com o Dick Vigarista. É o vilão a ser derrotado.
O Flamengo, claramente, traçou uma estratégia tão engenhosa quanto maliciosa. O Flamengo quer submeter todos os demais clubes brasileiros, quer transformá-los em servos, enquanto ele será o suserano. O Flamengo é o patrão, os demais são os operários. Mais ou menos como o Bayern de Munique é na Alemanha e o PSG é na França.
Para alcançar os seus desígnios malignos, o Flamengo estendeu os tentáculos e estabeleceu alianças. Uma delas, com o governo federal. Para isso, ofereceu a Bolsonaro o que Bolsonaro mais queria: uma arma para ferir a Rede Globo.
O Flamengo encomendou ao governo uma lei que lhe permita romper o contrato de transmissão de jogos unilateralmente. Esse movimento avança em duas frentes: em primeiro lugar, o Flamengo ganha estabelecendo acordos em separado com seus patrocinadores; em segundo, enfraquece as negociações de direitos de transmissão dos outros clubes.
Outro tentáculo encompridou-se em direção à Europa. O Flamengo quer se tornar o (único) representante da América do Sul entre os grandes clubes do mundo, e para tanto está fazendo contatos e consórcios. A ideia é atrair financiadores multinacionais e, desta forma, eternizar-se no que os próprios flamenguistas já chamam de “outro patamar”. Aos demais clubes brasileiros restarão... os restos. Não haverá Capitão Marvel para chamar. O Mal vencerá. A não ser que todos se levantem como um só homem e gritem: “Não passarão!”
Não há outra saída: clubes proletários do Brasil, uni-vos!