Quando Joe Biden assumiu a presidência dos EUA, sua meta era chegar a 100 milhões de vacinados para covid-19 em cem dias de governo. Alcançou esse número em 50 dias. Duplicou a meta. O número de casos diários, que estava em ascensão desde 12 de setembro de 2020, caiu de 250 mil para 50 mil em dois meses. Isso é o que acontece quando um governo se dedica a amparar e proteger a população.
Governo existe para proteger os mais frágeis e garantir vida harmônica em sociedade. Sempre haverá pessoas em situação de fragilidade frente a algum desafio. Cabe ao governo auxiliá-las, dar exemplo de conduta e garantir que medidas que protejam a todos sejam seguidas. Tem sido o exemplo também de Alemanha, Inglaterra, Argentina, Chile, Israel.
Do governo dos EUA vêm investimento para vacinas e pesquisas necessárias para sua otimização em todos os segmentos da população. Mas de nada servem as vacinas, mesmo otimizadas, se não controlarmos a circulação do vírus.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, agora reabilitado e trabalhando muito, divulgou pesquisas sobre a otimização de medidas preventivas de circulação do vírus – sobretudo o uso de máscaras. Em dupla camada, se usadas cobrindo o nariz e a boca, bem aderidas ao rosto, elas podem reduzir em mais de 90% a chance de troca de partículas virais entre duas pessoas – se ambos usarem.
A máscara protege principalmente uma pessoa já infectada de transmitir o vírus. É um instrumento de consideração com os mais frágeis. Da maneira como vivemos hoje no Brasil, um número cada vez maior de pessoas está infectada e não sabe; e está transmitindo o vírus. Embora não tenham sintomas, elas estão contribuindo para a circulação do vírus, deixando que ele alcance as pessoas mais suscetíveis. Essas são sabidamente os idosos – que, mesmo tendo se isolado desde o início da pandemia, neste momento precisam sair de casa.
Há muitos relatos de idosos que se infectaram ao sair para tomar a primeira dose de vacina. Isso ocorre porque a imunização demora ao menos uma semana para ter efeito; o vírus está circulando em uma velocidade assustadora, as variantes surgindo em resposta ao sistema imune dos infectados. Além dos idosos, há outros grupos vulneráveis. Alguns possuem comorbidades já conhecidas, como doença cardíaca e câncer, mas outros ainda não identificamos – esta é uma doença nova. Estamos aprendendo quem são os mais frágeis ao SARS-CoV-2 todos os dias. Este é um momento de agir racionalmente, pensando: “Mesmo sem saber, posso estar infectado. Posso prejudicar alguém. Vou pensar em outros além de mim – vou me isolar. Protegendo os outros, estou protegendo a mim mesmo”.
Gestores que estão apoiando essas medidas agora entendem que isso é maior do que o indivíduo. Isso é um pensamento de cidadania responsável. O que aconteceu até aqui já é trágico demais. Podia, e pode para o futuro, ser evitado – e todos sabemos como.