Recebemos diversas mensagens de ouvintes da Gaúcha relatando alagamentos e bueiros vertendo água durante a chuvarada de domingo à noite. Em uma das imagens, parecia que tinha um chafariz em uma rua do Quarto Distrito. Por quê?
O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, Maurício Paixão, avalia que o sistema não está funcionando de forma adequada. Os resíduos da enchente de maio foram estudados pelos técnicos do Instituto.
– Quando coletamos sedimentos havia uma dificuldade muito grande na limpeza, mesmo após períodos de chuva uma parte da lama continuava grudada. Isso pode ter acontecido e talvez seja muito difícil limpar. Sei que tem locais fazendo hidrojateamento, mas, eventualmente, será necessário um serviço de diagnóstico da rede de drenagem, com inspeção por câmeras e sensores remotos. Não deve ser um serviço barato, mas certamente os danos causados serão maiores – afirma o professor.
A repórter Kathlyn Moreira ouviu o diretor do Dmae, Maurício Loss, e o questionou sobre a limpeza da cidade, passados sete meses da enchente histórica. Ele admitiu que apenas 70% dos locais mostrados na mancha de inundação foram limpos. A previsão é de que o trabalho só termine em 60 dias, ou seja, em 2025.
A sugestão do professor do IPH é mais ampla e complexa, mas Porto Alegre ainda não fez o básico, que era ter 100% dos bueiros limpos.