No último sábado (3) estreamos o programa Minha Raiz na RBS TV. Mergulhamos no futebol do interior do Rio Grande do Sul através da visita a 16 clubes da Divisão de Acesso, a Segunda Divisão do Gauchão. Foram quase 40 dias de viagem para passar pelas 14 cidades que tinham times na disputa da competição. Um trabalho que, por si só, já era um desafio enorme. Em paralelo, eu vivia uma outra batalha no período de produção: manter as atividades físicas em viagem.
O tênis e a roupa de ginástica estiveram sempre dentro da minha malinha. Em cada hotel que chegava, já na hora do check-in os comentários não eram sobre café da manhã, funcionamento do chuveiro, ar condicionado no quarto, um cobertor extra, nada disso. O que vinha, para divertimento dos colegas da equipe, era a pergunta: "vocês têm academia?". Em alguns casos encontrava locais super estruturados e bem equipados, em outros pequenas salinhas com poucos aparelhos e as vezes até nenhum lugar destinado para a prática de exercícios. Mas o que poderia ser obstáculo virou oportunidade de usar a criatividade e fazer descobertas.
Em Farroupilha, saí para correr de manhã bem cedinho. Marquei o tempo que pretendia fazer e fui sem rumo pela cidade que não conhecia. Por um portão entreaberto enxerguei algumas árvores e entrei. Me deparei com um parque lindo, com uma pista que circundava um lago e onde muitas pessoas se exercitavam. Certamente um local conhecido do município, mas absolutamente surpreendente para mim. Acabei aumentando o tempo da corrida, tamanha a sensação de bem-estar que senti naquele lugar, com um solzinho gostoso que recarregou todas as minhas energias.
Enfrentei dias de chuva também. E aí o desafio sempre fica maior, claro. No quarto, nem sempre tão espaçoso, do hotel eu procurava vídeos de aulas. Descobri umas borrachinhas que são super fáceis de carregar e ajudam muito a aumentar a dificuldade. E, juro para vocês, a sensação de tomar um banho quentinho e sair para trabalhar de manhã depois de ter feito atividade física, mesmo enxergando um temporal lá fora pela janela, é maravilhosa.
Recentemente fiz um pequeno procedimento de retirada de sinais e, por orientação médica, precisei ficar duas semanas sem fazer exercícios. Percebi que a prática virou rotina porque senti uma falta danada, algo inédito nesses 38 anos de vida por aqui. Mais do que isso, nesse meio tempo fiz uma viagem em família para Pelotas, e, por pura força do hábito, coloquei o tênis e a roupa de ginástica na mala. Ri sozinha quando abri a bagagem e encontrei aqueles itens que, infelizmente, naquele momento, não poderiam ser usados.
A mensagem do meu treinador da academia perguntando por onde ando quando fico dois dias sem aparecer não é mais um incômodo e sim um incentivo. Os recadinhos do relógio no meu pulso, com alertas sobre minha atividade diária, não soam mais como cobrança e sim como gás para seguir nessa caminhada de busca da saúde, que resistiu à superjornada de gravações pelo estado na produção do Minha Raiz.
A propósito, se perderam o primeiro episódio, corram lá para a GloboPlay para assistir. E nos próximos três sábados desse setembro, tem mais, sempre às 14h na RBS TV. Para que o resultado apareça, verdinho, florido, na copa da árvore, é preciso ter a raiz forte. Vale para o futebol, que precisa de cada clube para continuar existindo. Vale para o nosso corpo, que precisa ser bem nutrido para florescer forte.