É uma típica pâtisserie, a doceria francesa, no coração de Paris, mas na vitrine tem pão de queijo, empada, coxinha, bolo de cenoura, brigadeiro e outras delícias brasileiras.
— Eu faço questão de trazer o Brasil em cada detalhe — explica a proprietária do estabelecimento, Luisa Kreitchmann, gaúcha, de Porto Alegre.
Enquanto as mulheres brasileiras estão dominando as conquistas do Brasil, somando 10 das 15 medalhas conquistadas até agora, Luisa subiu ao pódio da vida no ano passado quando conseguiu abrir o próprio negócio na capital francesa.
Foi o gosto pela cozinha que fez ela desistir de atuar como advogada, mesmo tendo terminado a faculdade de Direito. Já com o idioma afiado, mudou-se para a França em 2017 para fazer um curso em uma das principais escolar de culinária do mundo.
O objetivo era voltar à capital gaúcha e abrir um espaço lá, mas a paixão pela Cidade da Luz a fez permanecer. A cidadania italiana do marido ajudou com o visto, mas não era nada perto da burocracia que ela teria que enfrentar até conseguir abrir sua empresa.
—É para os fortes — brincou, quando perguntei das dificuldades de empreender na França.
Além de ser um processo burocrático e demorado, para conseguir a permissão de abrir um negócio é exigido um diploma de formação europeu.
— Uma manicure, por exemplo, só pode abrir um salão aqui, se tiver uma formação feita aqui — explica Luisa, que teve resiliência e capacidade de superação de atleta para realizar o objetivo de ter a própria pâtisserie, algo que também faz parte da vida da gaúcha.
Na infância e adolescência, Luisa era atleta de esgrima. Foram inúmeros campeonatos e medalhas.
Chegou a ser colega de treino de Guilherme Toldo, que em Paris teve sua quarta participação em Jogos Olímpicos, no florete.
— Eu fico muito orgulhosa de ver onde ele chegou e muito feliz de ver a cidade que escolhi pra viver estar sendo sede da Olimpíada — vibrou.
Atleta, doceira, mais uma brasileira, mais uma gaúcha, vivendo um sonho em Paris.