Teddy Riner conquistou nesse fim de semana, junto com a equipe francesa de judô, a sua quinta medalha de ouro em Olimpíadas. Ele ainda tem mais duas de bronze e uma série de títulos em mundiais e grand slams. Foi o atleta escolhido para fazer o acendimento da pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos em Paris, ao lado da ex-velocista Marie-José Pérec. Levou o presidente da França Emmanuel Macron duas vezes à Arena do Campo de Marte para assisti-lo nas disputas individual e por equipes. Ele é o maior atleta do país-sede, a estrela principal, gigante, na relevância e no tamanho: 2,04 metros e 140kg.
Impossível não vê-lo chegar, mesmo a distância e competindo com uma multidão de jornalistas na área de entrevistas. Todos gostariam de ter a chance de fazer ao menos uma pergunta, mas Riner, o único atleta que passa acompanhado de seu segurança particular, não concede entrevistas para todo mundo. Porém, ali estava ele, bem na minha frente. E eu, obviamente, não deixaria de tentar.
Empunhando, valente, o microfone da Rádio Gaúcha, gritei: "Teddy, Teddy". Não sei se porque não esperava o chamado, afinal, os colegas que ali estavam já sabiam que ele não pararia, ou porque ainda estava levemente desnorteado após a vitória histórica sobre o Japão, o maior oponente da França, em um clássico do judô mundial. Mas o fato é que ele chegou a me olhar. Diminuiu o passo e, por um breve instante fiquei apavorada por não ter sequer uma pergunta formulada.
Acabou não sendo preciso porque só o que ganhei foi uma piscadinha, que rendeu uma história pra contar, do dia em que o principal atleta dos Jogos de Paris ao menos notou nossa presença.
Atletas celebridades a um passo de distância
Conversar com essas estrelas do Esporte mundial é sempre um desafio para os jornalistas que vêm participar das grandes coberturas. Os atletas celebridades estão a um passo de distância, mas nem sempre com disposição de falar. Nosso colega Rodrigo Oliveira conseguiu grandes feitos nessa Olimpíada. Falou com Nadal, Djokovic, até com o presidente francês, mas tem uma figura que tem sido mais complicada e deixado Rodrigo ansioso: Simone Biles.
Ela passa sorrindo e abanando para todos os jornalistas, mas só conversa mesmo com as TVs norte-americanas. Só que Rodrigo é a determinação em pessoa. Depois que Biles conquistou o ouro no salto sobre a mesa, preparou uma mensagem em inglês no celular. Colocou a bandeira do nosso país no fundo da tela e escreveu: uma mensagem para o Brasil, para Rebeca.
Levantou o telefone e chamou a ginasta. Não sabemos ao certo de ela conseguiu ler, mas o fato é que ele conseguiu um "Hello, Brazil" meio gritado, de longe. Ou seja, funcionou a estratégia e ele ainda tem mais alguns dias de competição para tentar que ela responda ao menos uma pergunta. Alguém pode achar tudo isso um exagero. Não é o meu caso, pois celebrei uma piscadinha.