Com o bom desempenho da ginástica artística brasileira nas Olimpíadas de Paris, usuários das redes sociais reviveram vídeos de apresentações antigas de Daiane dos Santos. Além de encantados com as performances ao som de Brasileirinho, muitos ficaram surpresos ao descobrir que a ex-ginasta gaúcha, hoje com 41 anos, nunca ganhou uma medalha olímpica.
Ao longo de sua trajetória, a porto-alegrense fez história e marcou seu nome no esporte brasileiro. Na Capital, um mural de 50m na fachada do prédio da Fecomércio, pintado pelo artista Kelvin Koubik, traduz o tamanho de sua importância para o Brasil.
Ela foi a primeira atleta do Brasil, entre mulheres e homens, a conquistar um título mundial na ginástica artística: o ouro no solo em 2003, no Mundial de Anaheim, nos Estados Unidos. Na ocasião, apresentou o até então inédito duplo twist carpado, acrobacia em que se faz uma pirueta seguida de dois mortais na posição carpada – mais tarde, o elemento foi batizado com seu nome, "Dos Santos I".
A ex-atleta liderou o ranking mundial de solo durante anos, apresentando aos outros países a música Brasileirinho, que marcou suas apresentações. A ex-ginasta também venceu etapas de Copas do Mundo e ganhou medalhas em três edições de Jogos Pan-Americanos.
Daiane chegou aos seus primeiros Jogos Olímpicos no ano seguinte ao Mundial de Anaheim e uma década depois de começar a treinar no Grêmio Náutico União (GNU), clube da zona norte de Porto Alegre. Disputou a final no solo nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, mas não conseguiu chegar ao pódio. Apresentou, contudo, o duplo twist esticado, batizado de Dos Santos II, que jamais foi tentado por outra ginasta em competições.
Daiane terminou a disputa com a nota de 9.375, ficando em quinto lugar. A ex-ginasta teve dois pousos desequilibrados e pisou fora da área de salto após um deles. Antes mesmo de saber sua pontuação, estava visivelmente chateada. Essa, contudo, foi a melhor colocação da gaúcha em Jogos Olímpicos.
Em Beijing, em 2008, Daiane também foi à final, mas ficou em sexto lugar. Já em Londres, em 2012, sequer passou das eliminatórias. Após o resultado, sofrendo com lesões, a gaúcha anunciou oficialmente sua aposentadoria, aos 29 anos.
Mesmo fora das competições profissionais, Daiane continuou perto da ginástica artística. Em 2014, passou a ser comentarista das competições nos canais Globo e Sportv, além de fazer palestras pelo Brasil. Também segue atuando no projeto “Brasileirinhos”, fundado em 2016, com o objetivo de levar a modalidade à periferia de São Paulo.