O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos informou na tarde desta quarta-feira (9) que o furacão Milton pode atingir a costa centro-oeste da Flórida no fim da noite de hoje. Com enorme potencial destrutivo, ele se desloca pelo Golfo do México com ventos máximos sustentados de cerca de 205 km/h, e foi rebaixado da categoria 5 para a 4.
"Os ventos começarão a aumentar ao longo da costa oeste da Flórida nesta tarde", informou o NHC. "Os preparativos, incluindo a evacuação, se for necessário, devem ser rápidos", acrescentou a agência.
Os moradores de áreas em alerta ainda estavam sendo evacuados ou desafiando os avisos durante a manhã e início da tarde. As cidades de Tampa e Sarasota estão exatamente no caminho da tempestade. A área já havia sido atingida há duas semanas pelo furacão Helene, que matou 235 pessoas no sudeste do estado.
As autoridades pediram que as pessoas em áreas de risco procurassem abrigo em locais seguros. O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse em uma coletiva de imprensa, que o furacão vai ter um "impacto muito grande" e causará "enormes danos".
As companhias aéreas adicionaram voos partindo de Tampa, Orlando, Fort Myers e Sarasota para aliviar o congestionamento nas estradas.
Tempestade em meio à eleição presidencial
O presidente Joe Biden disse que Milton pode ser "a pior tempestade na Flórida em um século" e pediu aos americanos em áreas de risco para saírem. Ele classificou como uma "questão de vida ou morte", e cancelou uma viagem à Alemanha e a Angola devido à emergência.
A poucas semanas da eleição presidencial, Donald Trump e alguns de seus aliados republicanos de extrema direita transformaram os desastres de Helene e Milton em tema de campanha. "O oeste da Carolina do Norte e todo o estado, na realidade, foram total e incompetentemente mal administrados por Harris e Biden", disse Trump em seu site rede social Truth Social.
Kamala Harris disse em um programa de TV na noite de terça-feira que Trump "não tem empatia pelo sofrimento das pessoas".
Mudanças climáticas
Os cientistas dizem que as mudanças climáticas provavelmente desempenham um papel na rápida intensificação dos furacões porque as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor de água, dando às tempestades mais energia e intensificando seus ventos.