A Rádio Gaúcha convidou o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, para rodar de carro por Porto Alegre com o apresentador Daniel Scola, na terceira edição do programa Gaúcha Me Leva.
Cappellari esteve em destaque na campanha eleitoral, tendo sido criticado pelos dois candidatos durante o segundo turno em temas como obras de trânsito, fiscalização e Uber. Tanto Sebastião Melo (PMDB), quanto o prefeito eleito, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), prometeram tirá-lo do cargo.
“Me surpreendeu terem me utilizado pessoalmente como um cabo eleitoral ao inverso. Não gostei. Não é que me machucou, mas eu acho que eles falaram o óbvio, dizendo que iam me desligar. Me usaram como instrumento de campanha, e acho que isso não foi correto”, disse.
Sobre a transição de governo, o diretor-presidente da EPTC diz que ainda não sabe se fica até 31 de dezembro no cargo, mas desejou felicidade ao novo prefeito. “Vou ficar lá para passar todas as informações para o meu sucessor e espero que a diretriz principal de diminuir a violência no trânsito seja mantida”, afirmou.
Em pouco mais de uma hora de entrevista, o carro circulou por pontos críticos de congestionamento e obras que atrapalham o trânsito de Porto Alegre. A cada ponto em que passavam, um novo tema era abordado – como regulamentação do Uber, a atuação de flanelinhas, a Balada Segura.
Sobre a chamada “indústria das multas” na cidade, Cappellari negou que exista orientação para que os agentes de trânsito multem, além de afirmar não haver uma “cota de multas” para os azuizinhos.
“Não existe isso. É outra lenda urbana essa história de cotas de multas, que existe orientação clara de fazer autuação. O agente de trânsito não tem como se furtar do que ele observa e aplicar a autuação. Ele passa naquele local, e o motorista está parado no ‘proibido estacionar’, ele tem que autuar. A gente pega menos de 5% das infrações. Se tu parar numa esquina, tu vais ver que o número de infrações é muito alto. Isso acaba gerando uma falsa noção de que a fiscalização é rigorosa”, disse.
Sobre o boato de que seria dono de uma frota de táxis, Cappellari afirma: “Não tenho, nunca tive e não tenho nenhuma vontade de ter táxi, mesmo depois de aposentado”.
Foto: Anderson Fetter / Agência RBS