A Apple anunciou que as restrições da covid-19 "impactaram temporariamente" a produção na vasta fábrica de iPhones da gigante de eletrônicos Foxconn, no centro da China, deixando os clientes esperando mais por seus produtos.
A Foxconn, principal subcontratada da Apple, registrou um aumento de casos de covid-19 na sua fábrica de Zhengzhou que provocou o seu confinamento, de acordo com a política de zero covid da China. Na última semana, trabalhadores abandonaram o local em pânico após relatos de más condições na fábrica, que emprega centenas de milhares de pessoas.
"As restrições pela covid-19 afetaram temporariamente as principais instalações de fabricação do iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max em Zhengzhou, China", disse a Apple, com sede na Califórnia, em nota no final do domingo. Acrescentou que a fábrica "opera atualmente com uma capacidade significativamente reduzida".
"Os clientes terão que esperar mais para receber seus novos produtos", afirmou a Apple. "Como fizemos desde o início da pandemia, estamos priorizando a saúde e a segurança dos trabalhadores em nossa cadeia de suprimentos".
A Foxconn é a maior empregadora do setor privado na China, com mais de um milhão de pessoas trabalhando em suas cerca de 30 fábricas e instalações de pesquisa no país. A fábrica de Zhengzhou é a joia da coroa, produzindo iPhones em números nunca vistos em outros lugares.
Quase simultaneamente com a declaração da Apple, a Foxconn também anunciou que sua receita no quarto trimestre diminuiria como resultado dos confinamentos pelo coronavírus.
— Em uma situação normal, quase toda a produção do iPhones ocorre em Zhengzhou — disse Ivan Lam, analista da empresa especializada Counterpoint, à AFP.
A Foxconn afirmou que "está trabalhando com o governo em um esforço conjunto para erradicar a pandemia e retomar a produção em plena capacidade o mais rápido possível".
As autoridades locais fecharam a área ao redor da fábrica na quarta-feira após relatos de falta de cuidados médicos adequados na instalação. A Apple depende muito da China, onde fabrica mais de 90% de seus produtos. O país é também um dos seus mercados mais importantes.
A China é a última grande economia a manter uma estratégia rígida de zero covid, com confinamentos, testes em massa e extensas quarentenas para conter até o menor surto. A porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, Mi Feng, anunciou no sábado que Pequim manterá "a política dinâmica de zero covid" intacta.
* AFP