O Instagram iniciou, nos Estados Unidos, na quarta-feira (16), a liberação da nova ferramenta de controle parental do app a Central da Família (Family Center). O recurso serve para que pais possam supervisionar melhor a atividade de seus filhos adolescentes na rede social. A funcionalidade deve chegar a outros países nos próximos meses.
Segundo o chefe do Instagram, Adam Mosseri, em comunicado, a implementação dos novos recursos permitirá que pais e tutores vejam quanto tempo seus filhos passam no aplicativo, além de possibilitar que os adultos definam limites diários de tempo de uso do app pelos jovens. Os pais também receberão notificações em seus smartphones toda vez que os filhos denunciarem algo no app, ou quando passarem a seguir ou serem seguidos por novos perfis.
No momento, o controle parental precisa ser iniciado a partir do smartphone do adolescente. No entanto, o Instagram informa que será adicionada, em junho, a opção de que os pais iniciem a supervisão a partir de seus próprios smartphones ou desktops. Uma vez solicitado pelos pais, os adolescentes precisarão aprovar o controle parental em seus dispositivos.
— Este é apenas um passo em um caminho muito mais longo para ajudar os adolescentes a se manterem seguros nas redes sociais e online de forma mais ampla. Sabemos que os pais estão ocupados e há muito o que fazer no dia a dia, por isso queremos garantir que essas ferramentas sejam o mais fáceis de usar possível — disse Mosseri.
Mais novidades devem ser anunciadas nos próximos meses, como as opções para pais definirem horários em que os jovens usarão o aplicativo e supervisionarem a conta de mais de um adolescente. A ferramenta também oferecerá dicas para sobre como os adultos podem conversar com seus filhos sobre o uso das redes sociais e tutoriais que ensinam os pais como utilizar os novos recursos.
Mudança vem depois de polêmica
A Meta (empresa que engloba Instagram, Facebook e outras plataformas) anunciou o Family Center em dezembro do ano passado, ocasião em que a empresa encarava uma crise de imagem causada pelo vazamento de dados internos.
Em outubro de 2021, a ex-funcionária do Facebook Frances Haugen afirmou que a empresa sabia que o Instagram é "tóxico" para os adolescentes. Ela vazou diversos documentos, entre eles, um estudo feito pela empresa em 2019 que apontava que o Instagram refletia uma imagem pessoal negativa para um terço das jovens com menos de 20 anos. Outro documento mostrou que 32% dos adolescentes consideravam que o uso do Instagram tinha piorado a imagem que tinham de seus corpos, com os quais não se sentiam mais satisfeitos.