A China negou sua responsabilidade pelos destroços de um foguete que se chocará com a Lua, depois de especialistas afirmarem que estas peças eram, provavelmente, procedentes do programa espacial de Pequim.
Inicialmente, os astrônomos pensaram que os objetos fossem partes de um foguete da SpaceX, do bilionário Elon Musk, caído há sete anos. Surgiu, então, a tese de que o lixo espacial era propulsor 5-T1 de Chang'e, lançado em 2014 no âmbito do programa de exploração lunar da China.
O foguete deve colidir com o lado oculto da Lua em 4 de março.
Em declarações feitas na segunda-feira (21), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, rejeitou a afirmação e informou que o propulsor "entrou com segurança na atmosfera terrestre e foi completamente incinerado".
A missão do Chang’e 5 era voltada a coleta de amostras lunares e visava garantir a sustentabilidade das atividades do espaço externo e dentro das leis internacionais voltadas a exploração espacial, destacou o ministro.
— Temos um compromisso em garantir a sustentabilidade de longo prazo das atividades e estamos prontos para realizar trocas e colaborar com todos os lados — disse Wang.
A "confusão" começou após o pesquisador norte-americano Bill Gray anunciar que os destroços do foguete da SpaceX colidiria contra a Lua. No sábado, 12 de fevereiro, o astrônomo fez um pedido de desculpas no site Project Pluto, software que desenvolve e que ajuda cientistas a observarem objetos espaciais ao redor da Terra. Segundo o especialista, o que irá colidir com a Lua não é um foguete Falcon 9 descartado, mas um pedaço da espaçonave chinesa Long March 3C.
Gray afirma que o monitoramento do lixo espacial não é preocupante, visto que os Estados Unidos rastreiam os objetos em órbitas mais baixas.
A China tem o objetivo de se tornar uma superpotência espacial. No ano passado, conseguiu a façanha de enviar a missão tripulada mais longa, com duração de seis meses, para sua nova estação espacial. Os astronautas Zhai Zhigang (55 anos), o primeiro chinês a fazer uma saída extraveicular em 2008, Wang Yaping (41 anos), a segunda chinesa a viajar ao espaço em 2013, e Ye Guangfu (41 anos), em seu primeiro voo espacial, devem permanecer no espaço até, pelo menos, abril.
A CSS (Estação espacial chinesa, em inglês) ou Tiangong (Palácio celestial, em chinês) deve ser concluída no fim de 2022.