O telescópio James Webb, lançado ao espaço em 25 de dezembro do ano passado, conseguiu fazer um novo registro fotográfico da estrela HD 84406, localizada na constelação de Ursa Maior, a 24 anos-luz de distância da Terra. De acordo com a Nasa, a imagem obtida estava com maior qualidade e nitidez com relação às anteriores devido à evolução do alinhamento dos 18 espelhos primários do telescópio.
A estrela foi detectada por um instrumento chamado Near Infrared Camera (NIRCam), que fica disponível durante o processo de alinhamento de cada um dos espelhos primários. Com esse novo registro, os pesquisadores perceberam que a matriz de imagens obtidas apresentou maior clareza. A expectativa é de que o alinhamento continue evoluindo até chegar ao seu máximo potencial.
Os especialistas no sistema óptico do telescópio podem mover os segmentos do espelho até a criação de uma superfície perfeitamente contínua. O trabalho deverá se encerrar em abril, e será somente no final da execução dessa tarefa que os instrumentos científicos começarão a ser configurados.
Matthew Lallo, cientista de sistemas e gerente do Telescope Branch no Space Telescope Science Institute, nos Estados Unidos, foi o responsável por criar o processo de alinhamento dos espelhos. Na primeira etapa, os segmentos do espelho primário foram movidos para a organização dos pontos de luz das estrelas em uma matriz de imagens no formato hexagonal. Na segunda fase, os pesquisadores corrigiram os erros de posicionamento e atualizaram o alinhamento do espelho secundário, de modo que cada ponto individual das estrelas ficasse mais focado. Por fim, ocorreu uma etapa de empilhamento das imagens, obtido a partir da sobreposição dos 18 pontos de luz.
A Nasa prevê que até o fim do verão no Hemisfério Norte sejam capturadas imagens ainda mais claras e detalhadas de estrelas e galáxias.
Missão
O telescópio James Webb foi lançado com o objetivo de detectar a luz de estrelas e galáxias em processo de formação, objetos do Cinturão de Kuiper e estrelas jovens da Via Láctea. A partir disso, será possível obter dados sobre a origem e formação do universo.
De acordo com cientistas, o James Webb é cerca de cem vezes mais potente do que seu antecessor, o telescópio Hubble. Atualmente, está localizado a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, no ponto de Lagrange Sol-Terra, chamado de L2.