O governo federal deve lançar na próxima terça-feira (19) uma ferramenta para bloquear instantemente celulares roubados e barrar acessos a contas de bancos e serviços no aparelho. O anúncio foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, no sábado (16), através da rede social X (antigo Twitter).
"Vamos lançar na próxima terça-feira uma iniciativa que transformará os celulares roubados num pedaço de metal inútil. Com apenas um clique, a vítima enviará um aviso simultaneamente para a ANATEL, para os bancos, para as operadoras de telefonia e para os demais aplicativos", escreveu.
A proposta, batizada de Celular Seguro, tem a promessa de bloquear em até 10 minutos os aplicativos de redes bancárias e mensagens via SMS. Para tal, haverá um aplicativo e um site, abrigado no gov.br, que poderão ser acionados pela vítima ou por alguém de confiança em casos de roubos ou furtos. É necessário realizar um cadastro para conseguir acionar o serviço. As informações são do jornal O Globo.
— Já temos a APIs (interface), integrada com todos os bancos, testada. A maioria deles (bancos) diz que vai bloquear o internet banking em até no máximo 10 minutos, a partir da comunicação. Além disso, as operadoras de telefonia vão passar também a bloquear a linha e o SMS, porque é através de SMS que os ladrões conseguem resgatar as senhas — disse Cappelli ao O Globo.
As instituições financeiras precisam aderir ao programa para que seus clientes consigam ter essa opção de segurança. Todos os bancos filiados à Febraban, que reúne a maior parte do setor bancário brasileiro, aderiram.
O protocolo de segurança de bloqueios de aparelhos já era usado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O objetivo agora é ampliar a funcionalidade por meio do site e do aplicativo. Atualmente, segundo estimativa do Ministério da Justiça, a vítima pode levar até uma hora para fazer o registro do crime através da central eletrônica. Com o novo programa, esse processo deve ser simplificado e se tornar mais rápido, explica Cappelli.
— Observamos que o problema para bloquear os aparelhos, não era um problema tecnológico, era um problema de processo, engenharia de processo. Nós precisávamos fazer com que o cidadão se ligasse diretamente à Anatel, pulando a secretaria de segurança (dos Estados) e pulando as operadoras (de telefonia) — disse.
De acordo com Cappelli, o projeto não substitui o boletim de ocorrência, mas busca ajudar na mitigação dos danos às vítimas de eventuais crimes. Ainda não há uma meta específica para a redução de roubos e furtos a partir da implementação do projeto, mas a expectativa é que haja um desestímulo à atuação dos criminosos.