A Polícia Civil recebeu três novas ocorrências contra a administradora de imóveis Promark após a operação policial que cumpriu mandados de busca e apreensão na sexta-feira (15), na casa do sócio proprietário e em sedes da empresa. Agora, são 10 inquéritos abertos na 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
Os novos casos se referem a contas de água e luz atrasadas desde maio de 2023. A Promark possuía cerca de cem condomínios como clientes, a maioria em Porto Alegre e Santana do Livramento. A estimativa até o momento é de que R$ 1.161.089 foram subtraídos dos condomínios que registraram ocorrência.
Além das investigações criminais, há processos cíveis movidos por condomínios que perceberam os desvios e buscaram judicialmente a reparação de danos. É o caso de um condomínio no bairro Glória, em Porto Alegre, com 154 unidades. A advogada que moveu a ação não quis se identificar, mas estima um prejuízo superior a R$ 150 mil. Além das contas em atraso, não houve o recolhimento de INSS dos empregados do condomínio.
— Ele juntava no balancete mensal do condomínio comprovante de pagamento como agendamento, mas no final não tinha pago. O INSS dos últimos anos ele juntava no balancete como se tivesse sido pago. O condomínio ficou devendo (ao INSS), com o parcelamento, R$ 100 mil — explicou.
Operação
A Polícia Civil cumpriu três mandados de busca e apreensão: um na sede da empresa Promark, no Centro Histórico, outro na casa do sócio proprietário e um em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, em outra unidade da empresa.
O esquema chegou ao conhecimento da polícia após operação semelhante, envolvendo a Imobiliária Menino Deus. Em agosto, agentes da 2ª Delegacia de Polícia cumpriram mandados de busca e apreensão por suspeita de apropriação indébita e furto qualificado. Nesta investigação, já são mais de 150 registros de ocorrência e um prejuízo estimado em R$ 7,2 milhões.