As câmeras corporais para fardas policiais da empresa Motorola foram reprovadas nos testes de qualidade realizados por técnicos da Secretaria da Segurança Pública e da Brigada Militar (BM). Com o resultado, a Motorola foi desclassificada e o governo do Estado convocará a última colocada na licitação para avaliação da proposta.
O relatório dos testes mostra que os equipamentos da Motorola não alternaram corretamente entre os dois modos de gravação desejados. Isso teria, segundo o relatório da BM, consumido mais rapidamente a bateria dos equipamentos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que “o equipamento (da Motorola) apresentou incompatibilidade com as configurações mínimas exigidas (na licitação), podendo interferir na duração da bateria para suportar um turno de serviço de 12 horas”.
Ainda conforme a SSP, com a desclassificação da Motorola, a última colocada na licitação, a Advanta Sistemas de Telecomunicações e Serviços de Informática Ltda, será chamada para avaliação da proposta. A licitação contou com quatro empresas interessadas.
Dos 1,1 mil equipamentos desejados nesta primeira etapa de implementação do sistema, mil serão usados nas fardas de brigadianos que atuem exclusivamente em Porto Alegre. Outros cem serão destinados à Polícia Civil — em grupos de elite e nas delegacias de homicídios.
Como funcionará o registro das imagens
A câmera terá duas modalidades de uso. A gravação permanente, sempre que for retirada da doca de recarga, e outro modo que deve ser ativado pelo policial quando iniciar o atendimento de uma ocorrência. Neste segundo modo, o equipamento aumentará a qualidade de gravação de imagem e áudio, e permitirá o acesso remoto ao conteúdo, em tempo real.
— As gravações de rotina, que são aquelas gravações do patrulhamento normal, ficarão salvas por 90 dias. Já as gravações de eventos (ocorrências) terão que ficar guardadas por um ano, no mínimo. Se essa imagem virar peça de um processo judicial, bom, aí o tempo de vida dela vai depender do tempo do processo — explicou, em maio, o diretor do Departamento de Informática da BM.
Leia a íntegra da nota conjunta da Secretaria da Segurança Pública
"A proposta apresentada pela empresa Motorola Solutions Ltda, de São Paulo (SP), para o serviço de locação de 1.100 câmeras corporais destinadas à Polícia Civil e à Brigada Militar foi rejeitada após a realização dos testes de verificação pelos órgãos de segurança do Estado. Conforme relatório da Secretaria da Segurança Pública, durante o teste de bancada o equipamento apresentou incompatibilidade com as configurações mínimas exigidas podendo interferir na duração da bateria para suportar um turno de serviço de 12 horas, conforme requerido no edital.
Com a desclassificação da empresa, publicada no Sistema de Compras Públicas (compras.rs.gov.br) nesta quarta-feira (20/12), o governo do Estado chamará a quarta colocada na licitação realizada no dia 23 de maio, a Advanta Sistemas de Telecomunicações e Serviços de Informática Ltda, para avaliação da proposta. O certame contou, ao todo, com quatro empresas interessadas".