Cerca de 40 policiais civis e militares, com apoio de um helicóptero, cumprem nesta terça-feira (1º) mandados de busca nos bairros Rubem Berta e Costa e Silva, em Porto Alegre, e em um sítio no Morro da Borússia, em Osório, no Litoral Norte. Os agentes procuram armas de facção que atua na zona norte da Capital. O objetivo da ofensiva é combater o tráfico de drogas e homicídios.
Desde maio deste ano, esta é a terceira ação conjunta entre as polícias que está sendo realizada para localizar armamento. Há quase três meses, houve uma ação em Gravataí e em junho ocorreu outra em Glorinha. Nas ocasiões, foram feitas várias prisões e armas enterradas foram encontradas. Até uma miniescavadeira foi utilizada. Uma pessoa morreu durante confronto com os policiais.
Nesta terça, o titular da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Rafael Liedtke, diz que levantamento apontou residências e um sítio utilizados por um criminoso como depósitos. O suspeito, ainda não localizado, tem 43 anos. Segundo a polícia, ele tem antecedentes por organização criminosa, receptação e jogos de azar. O nome dele não foi divulgado.
Até 9h30min, duas pistolas com numeração raspada e municiadas foram encontradas. Um suspeito foi conduzido para depoimento no Denarc.
— Também encontramos drogas e por isso o suspeito foi conduzido para depoimento. A investigação prosseguirá para identificar e responsabilizar criminalmente outros membros do grupo — diz Liedtke.
O comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) da Brigada Militar (BM), tenente-coronel Rafael Tiarajú, destaca que os locais onde ocorrem as buscas foram mapeados pelo Denarc e pelo setor de inteligência do batalhão localizado na zona norte de Porto Alegre.
— Estamos juntos neste trabalho porque esta facção age na nossa área de atuação vendendo drogas e cometendo homicídios. As buscas, além do sítio em Osório, ocorrem em quatro pontos nos bairros Rubem Berta e Costa e Silva — explica Tiaraju.
A facção referida pelo comandante tem base no loteamento Timbaúva, no bairro Rubem Berta, e está envolvida em vários confrontos com grupo rival nos últimos anos. Um deles foi a tentativa de homicídio contra integrantes de outra organização criminosa na frente da emergência do Hospital Cristo Redentor, zona norte da Capital, em outubro de 2020.
Ação em Gravataí
Em maio, em um sítio na região de Morungava, em Gravataí, cinco suspeitos foram presos, um morreu em confronto com a polícia e 26 armas enterradas foram encontradas. De acordo com o delegado Liedtke, que também comandou a ação na época, o local — onde foram feitas três investidas, em dias diferentes — pertencia ao líder de uma quadrilha, Adalberto Arruda Hoff, o Beto Fanho. Ele foi morto após atirar contra os policiais.
Nas buscas, foram usados uma miniescavadeira e dois detectores de metais para a localização do armamento.
Operação em Glorinha
Em junho, em sítio no município de Glorinha, 11 armas foram encontradas em um tonel com óleo que estava enterrado nos fundos de uma casa. Dois suspeitos foram presos: um deles tinha 30 anos e, segundo a polícia, 15 antecedentes criminais, sendo três por homicídio e sete por tráfico de drogas. Outro preso atuaria como um segurança do local, a serviço do primeiro detido. Com eles, foram apreendidas mais três armas, mas não houve confronto.
A ação integra a estratégia da Polícia Civil e da Brigada Militar de intensificar a presença do Estado em áreas conflagradas em razão do tráfico de drogas, principalmente buscando a descapitalização das organizações criminosas, com a prisão de lideranças e a apreensão de armas de fogo, drogas e valores em dinheiros, propiciando futura responsabilização criminal de todos integrantes.