Entre esta sexta-feira (12) e quarta-feira (10), foram apreendidas 26 armas, a maioria enterrada, e presos cinco suspeitos em um sítio de Morungava, em Gravataí, na Região Metropolitana. Além disso, houve dois confrontos armados, sendo que em um deles, o líder da facção foi morto. Devido à possibilidade de ter mais armamento enterrado na propriedade rural, Polícia Civil e a Brigada Militar (BM) realizam várias buscas no local.
Os policiais estão usando uma miniescavadeira e dois detectores de metais para vasculhar todos os espaços possíveis do imóvel e também de um outro sítio vizinho, que pertence ao mesmo grupo criminoso. Além de armas, o objetivo é tentar localizar drogas, carregadores, munição e até mesmo materiais para fabricar explosivos.
O trabalho iniciou logo depois das 9h desta sexta-feira, depois que PMs estiveram pela terceira vez nesta localidade, prendendo mais um suspeito e encontrando um fuzil e três pistolas, enroladas em plásticos, enterradas nos fundos da residência usada como depósito da facção. Todo o material apreendido está sendo contabilizado para encaminhamento à perícia.
O comandante do 17º Batalhão da BM, que atua em Gravataí, tenente-coronel Clodomilton Bueno, diz que os equipamentos estão sendo utilizados para agilizar e potencializar as buscas.
— Conseguimos contratar a miniescavadeira e obtivemos dois detectores. Se não encontramarmos mais nada, será porque não tem mesmo. Estamos vasculhando tudo — destaca Bueno.
Já o diretor de Investigações do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Alencar Carraro, diz que todo o material apreendido será usado como provas em inquérito que tramita na 2ª Delegacia do próprio Denarc.
— Tudo que é apreendido é contabilizado. Os resultados periciais nestes materiais também vão nos ajudar a identificar mais suspeitos. Além disso, estamos ouvindo os cinco presos e, ao final do inquérito, não só eles, mas todos os envolvidos que vierem a ser identificados, serão indiciados — diz Carraro.
O inquérito apura os crimes de tráfico de armas e drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O delegado ainda ressalta o trabalho em conjunto entre Polícia Civil e BM, não somente com o 17º Batalhão de Gravataí, mas também com o 20º Batalhão de Porto Alegre.
Em relação à Capital, Carraro lembra que o grupo criminoso — apontado por manter o sítio de Gravataí como depósito de armas e entorpecentes — é investigado por manter vários pontos de tráfico na Vila São Borja, no bairro Sarandi, zona norte da cidade. A investigação continua e os nomes dos presos não foram divulgados.
Três ações desde quarta-feira
Na quarta-feira, após monitoramento, policiais civis e militares invadiram o sítio em Morungava e entraram em confronto com criminosos. A informação inicial é de que pelo menos dois seguranças do líder da facção fugiram, mas Adalberto Arruda Hoff, conhecido como Beto Fanho, que tinha 43 anos, foi morto.
Na quinta-feira, os policiais voltaram ao sítio depois de receberem uma denúncia anônima e encontraram mais 16 armas enterradas, além de materiais para explosivos, e prenderam quatro suspeitos: três homens e uma mulher. Na madrugada desta sexta-feira, depois de nova denúncia, foram mais uma vez à propriedade rural e prenderam um criminoso, localizando quatro armas enterradas: um fuzil e três pistolas. Um segundo suspeito fugiu.