A Polícia Civil mantém alertas entre serviços de saúde e de segurança pública em Três Coroas, ampliado aos municípios vizinhos no Vale do Paranhana, em busca de informações sobre o paradeiro do agricultor Selívio Colombo, 66 anos. O idoso saiu, na tarde de 13 de julho, da casa onde mora com a esposa e a filha do casal, de 10 anos, e não foi mais visto.
Conforme o delegado Ivanir Caliari, a família reside em área rural chamada de Canastra Alta. Selívio teria saído de casa para trabalhar na lida cotidiana no sítio de sua propriedade. O trajeto, de cerca de três quilômetros entre os dois locais, costumava ser cumprido a pé. Buscas realizadas na mata por bombeiros e por voluntários não encontraram vestígios da passagem do idoso.
— Está sendo uma investigação complexa, pois não temos alguma linha clara do que pode ter ocorrido. Tudo indica que o desaparecido é uma pessoa benquista entre a família, não tem inimigos declarados e conhece muito bem a região onde se perdeu. Estamos considerando diversas hipóteses, como a possibilidade de o idoso ter sofrido alguma desorientação ou que possa ter ocorrido um acidente no percurso de mata — conta Caliari.
O delegado aponta que, diante do insucesso nas buscas realizadas pelas autoridades e por voluntários locais, foi efetuada uma varredura nas movimentações financeiras de Selívio, mas a apuração também não indicou atividades atípicas, que pudessem indicar que ele tivesse sido vítima de assalto ou sequestro.
— Trata-se de uma família de agricultores modestos, de convívio aparentemente harmonioso. Os dados bancários não mostram nada incomum, que chame a atenção da gente para algo mais grave. Estamos mantendo os alertas e distribuindo fotos e informações aos gestores de serviços de saúde e segurança na região e esperamos encontrar alguma pista de seu paradeiro — afirma o delegado.
Uma das hipóteses seria a de que o agricultor poderia ter percorrido um caminho divergente do costumeiro e caído no Rio do Sinos, onde o corpo sem vida de um homem foi localizado no final da semana passada. Caliari, no entanto, descartou tratar-se de Selívio.
Informações podem ser repassadas à Delegacia de Polícia de Três Coroas pelo número 51 3546-1190.
Familiares descrevem episódio de sumiço ocorrido em abril
Não é a primeira ocasião em que Selívio deixa a família preocupada. Em abril deste ano, de acordo com a esposa Márcia Moser, o agricultor ficou um dia e meio sem dar notícias e havia trazido o mesmo tipo de aflição.
— Ele tinha saído no dia 25 de abril para as tarefas no sítio. Passou a noite fora, o que nunca havia feito. Depois de procurarmos nos locais que podia estar, registramos o sumiço na polícia para nos ajudarem — lembra a esposa do agricultor, Márcia Moser, 46 anos.
A ocorrência foi registrada na tarde de 26 de abril. Poucas horas depois, Selívio acabou sendo localizado em buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros do município.
— O agricultor foi localizado caminhando tranquilamente por uma estrada rural. Não havia indícios de grave desorientação. A família não reporta que ele sofra de alguma doença que pode deixá-lo desorientado ou que prejudique sua capacidade cognitiva. Na ocasião, o caso foi dado como bem resolvido — recorda o delegado Ivanir Caliari.
Enquanto aguarda por notícias do agricultor, em investigação qualificada como "complexa" pela polícia, a família mantém a expectativa de encontrá-lo com vida.
— Falamos com todos os vizinhos e parentes. Não sabemos o que pode ter ocorrido com ele. Ele é um homem trabalhador, tranquilo, não tem inimigos. Ficamos pensando se caiu na mata, ficou ferido, foi atacado por um animal. A incerteza torna esta preocupação muito grande — relata a cunhada do agricultor, Janice Pichani de Oliveira, 38 anos.