Morto em ação policial em Gravataí na quarta-feira (10), Adalberto Arruda Hoff, 43 anos, é apontado pela polícia como líder de uma organização criminosa. Ele seria o responsável pelo depósito de armas e drogas no qual, por três dias seguidos, agentes fizeram apreensões nesta semana.
Além disso, o suspeito, conhecido como "Beto Fanho", é investigado por envolvimento em ao menos sete homicídios.
De acordo com as autoridades, ele ainda comandava o tráfico de drogas na zona norte de Porto Alegre. Na quarta-feira, mesmo dia em que Hoff foi morto em troca de tiros, policiais cumpriram mandados em um dos pontos onde havia informações de que ele atuava com o tráfico de entorpecentes: na Vila São Borja, no bairro Sarandi. O sítio onde as armas foram apreendidas, conforme investigação, era usado como esconderijo por ele.
O Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apurou que, em novembro do ano passado, Beto Fanho sofreu um atentado em Sentinela do Sul, na região da Costa Doce. Na ocasião, homens armados, inclusive com fuzil, chegaram atirando a uma residência em que Hoff estava, mas ele conseguiu fugir a pé por um matagal.
Hoff, que tinha pelo menos 22 antecedentes criminais, era monitorado por tornozeleira eletrônica quando foi morto.
Tiros em frente a hospital
A polícia ainda apontou ligação de Beto Fanho com outro crime que teve repercussão na Capital, em novembro de 2020. Criminosos passaram de carro disparando contra um veículo estacionado em frente à emergência do Hospital Cristo Redentor.
O alvo dos atiradores era o carro que levava para atendimento três feridos — baleados momentos antes — em tiroteio na Vila São Borja. O confronto na localidade do bairro Sarandi ocorreu em um condomínio e teria relação com um conflito entre facções atuantes na região.
O Departamento de Homicídios apurou que Beto Fanho foi o mandante deste ataque. No mesmo mês da ocorrência, ele saiu do regime fechado e passou a cumprir pena monitorado por tornozeleira, mas, uma hora depois de receber o equipamento, rompeu-o e tornou-se foragido.
Na época, ele era suspeito de envolvimento em seis homicídios — depois foi investigado por mais um assassinato — e tinha 53 anos de pena para cumprir.
GZH tenta contato com a defesa de Adalberto Arruda Hoff para contraponto, mas nenhum advogado se apresentou à polícia até esta sexta-feira.