Criminosos passaram de carro disparando contra um veículo estacionado em frente à emergência do Hospital Cristo Redentor, na zona norte de Porto Alegre, na noite desta sexta-feira (16). O caso ocorreu por volta das 20h.
A informação inicial da Brigada Militar era de que os bandidos, que usavam um carro de cor prata, estavam armados com fuzis. De acordo com a Polícia Civil, um laudo realizado no local não aponta uso de armas longas.
— Não conseguimos identificar ainda a presença de arma longa. De acordo com os peritos, os disparos não são compatíveis com calibre de fuzil - explica o delegado plantonista Gabriel Lourenço, da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Capital (DHPP/DPPA).
Logo após o episódio, o gerente do Cristo Redentor Luiz Carlos Pinto Sobrinho havia relatado que os criminosos atiraram contra um carro que levava para atendimento três feridos — baleados momentos antes, segundo a BM, em tiroteio na vila São Borja, no bairro Sarandi. A Polícia Civil, no entanto, informou que os três feridos já estavam hospitalizados no momento do ataque no Cristo Redentor.
O tiroteio na vila São Borja ocorreu em um condomínio, sendo que o alvo desse primeiro ataque, segundo a Polícia Civil, eram líderes do tráfico. Três homens foram baleados - dois envolvidos com fações criminosas e um com passagem pela polícia. De acordo com o delegado Gabriel Lourenço, moradores da região auxiliaram os feridos e usaram quatro carros para levá-los ao hospital.
Os três homens baleados foram levados nos primeiros veículos. Um deles está em estado grave. A BM reforçou a segurança ao redor do hospital ao longo da noite e pela madrugada deste sábado (17).
O quarto carro que chegou ao Cristo Redentor foi o alvo dos criminosos que usavam o carro prata. Nele estavam cinco pessoas - a esposa de um baleados no condomínio na vila São Borja e uma amiga sua. Esta mulher teria sofrido ferimentos leves durante os disparos.
O coronel do Comando de Policiamento da Capital Rogério Stumpf havia explicado que o episódio na vila São Borja era um disputa entre facções locais. Para o delegado Gabriel Lourenço, ainda é cedo para fazer essa relação. Segundo o comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), André Feliú, o carro que efetuou os disparos no hospital estava seguindo pessoas que ficaram feridas após um desentendimento.
— Houve um desentendimento no São Borja, no Sarandi. Um veículo passou e efetuou disparos em algumas pessoas. Esses disparos efetuados atingiram três pessoas, que ficaram baleadas. De imediato, familiares deslocaram até o Cristo Redentor, mas também foram seguidos. Tão logo foram seguidos, esse veículo efetuou um disparo na frente do hospital, que atingiu um dos familiares dos baleados — declarou Feliú.
O caso será investigado pela 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Capital.
Pessoas que estavam na emergência correram e quebraram portas de vidro
O gerente da casa de saúde contou ainda que as pessoas que estavam na emergência correram ao ouvir os disparos e acabaram quebrando portas de vidro do hospital.
— Como logo em seguida veio a Brigada Militar, esses que estavam atirando também se evadiram. Não identificamos quem seria esse que estava no veículo que atirou neles e também está ferido — declarou.
— Foi um grande número de disparos. Não há condições de afirmar quantos. Nós estamos liberando para a Brigada Militar as imagens das câmeras, eles vão tirar essa informação. Nenhum funcionário ou transeunte foi atingido — completou o gerente.
Cecília Suzane Pires, de 22 anos, estava chegando ao Cristo Redentor para acompanhar sua mãe, que está hospitalizada, quando ocorreram os tiros:
— Só tivemos tempo de correr. Muita gente teve que pular a catraca e invadir o hospital, pois não sabíamos se eles iriam entrar atirando.
*Colaborou Jeferson Ageitos, RBSTV