A suspeita de liderar uma organização criminosa que praticava crimes de estelionato em municípios do Vale do Taquari e do Vale do Caí se apresentou ao Fórum de Montenegro nesta quinta-feira (23). A mulher, de 45 anos, estava foragida desde terça-feira após escapar das buscas da operação Lábia de Algodão, da Polícia Civil. Na ocasião, o filho dela, de 12 anos, avisou sobre as buscas pelo celular, o que possibilitou a fuga.
Ela era a última foragida da operação. Outra mulher e um homem, que não tiveram identidades divulgadas, também integrantes do esquema, estão presos. Todos já são réus.
A investigação começou ainda em 2019 e, até agora, já resultou em mais de 50 inquéritos policiais. Os suspeitos se aproximavam de pessoas em vulnerabilidade social, como idosos e analfabetos, e ofereciam ajuda em processos de renegociação de dívidas ou contratação de empréstimos. Esta ação gerava ganhos financeiros para os golpistas. No caso dos empréstimos, por exemplo, as vítimas recebiam apenas uma parte do valor contratado. Documentos falsos eram utilizados para viabilizar os serviços.
— Muitas das vítimas passaram de pobres para a condição de moradores de rua. Geralmente eram feitos refinanciamentos a longo prazo sem os clientes saberem disso. A justificativa é que a dívida iria diminuir, e as vítimas aceitavam pagar comissões generosas. O grupo falsificava documentos de pessoas analfabetas para receber os cartões e endividar as vítimas — explicou o delegado André Roese, da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, que coordenou a operação.
Ainda conforme o delegado, há casos nos quais os suspeitos se apropriavam dos cartões das vítimas, utilizando-os, inclusive, para fazer compras.