Após os recentes ataques violentos registrados em Porto Alegre, o policiamento foi reforçado nesta terça-feira (6) em alguns pontos da cidade. Conforme a Brigada Militar (BM), mais de cem agentes além do habitual foram destacados para atuar nas áreas onde houve os crimes e também no bairro Mario Quintana — onde recentemente também houve registro de execuções.
— Desde ontem à noite, colocamos 110 policiais militares e 25 equipes motorizadas patrulhando bairros da Capital, a fim de trazer tranquilidade às pessoas — disse o subcomandante-geral da BM, coronel Douglas da Rosa Soares, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Em contato com a produção do programa, o comandante-geral da Brigada, coronel Claudio dos Santos Feoli, afirmou que "o cidadão notará o aumento da ostensividade" nas ruas. "Estamos com toda a tropa mobilizada", acrescentou.
Nesta manhã, por exemplo, viaturas e policiais eram vistos nas proximidades de um condomínio na esquina das avenidas João Pessoa e Princesa Isabel, na área central. No local, na madrugada passada, uma granada foi lançada no que, segundo a investigação, seria uma resposta a um ataque que deixou dois mortos e mais de 20 feridos em um bar na Zona Sul, horas antes.
O coronel Soares explicou que há policiamento ostensivo intensificado, atualmente, em 24 pontos considerados estratégicos, em várias regiões da cidade.
— A gente vai incrementar mais pontos, além desses 24 na Capital, para que possamos realmente dar tranquilidade à população que quer, nada mais nada menos, viver em paz e poder trabalhar. Estamos lutando diariamente para proporcionar isso às pessoas — afirmou Soares.
Os casos são investigados pela Polícia Civil, assim como outros ataques registrados nos últimos dias. As ocorrências indicam o retorno do conflito entre duas facções, que começou em março e foi retomado nos últimos meses.
Segundo o chefe da Polícia Civil, Fábio Motta Lopes, os casos têm como pano de fundo um ponto da Vila Cruzeiro que está sendo disputado pelos dois grupos, um com sede na região e outro do Vale dos Sinos.
— Já sabemos o que está por trás dessa situação, portanto as medidas adotadas pelas forças policiais são mais efetivas. É muito complicado quando há uma morte ou um confronto e, no começo, a gente tem dificuldade para compreender bem o movimento das associações criminosas. Mas, nesse caso, isso já está muito bem mapeado e agora a Polícia Civil tem o papel de fazer a investigação — afirmou Lopes também em entrevista à Rádio Gaúcha.
De acordo com a polícia, o ataque que deixou duas pessoas mortas e outras 24 feridas em um bar no bairro Campo Novo ocorreu em território comandado pela facção que nasceu na Vila Cruzeiro e atua na zona sul da cidade. A principal hipótese é de que a ação tenha sido realizada por um grupo criminoso rival, nascido no Vale do Sinos.
São esses os dois grupos que estão protagonizando os conflitos. Em suposta "resposta", o grupo da Vila Cruzeiro teria ordenado o arremesso de uma granada no condomínio localizado na esquina da João Pessoa com a Princesa Isabel, espaço onde atua o grupo do Vale do Sinos.