A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (14) um levantamento parcial em que afirma que identificou 58 pessoas envolvidas no confronto entre facções criminosas em andamento na Região Metropolitana. Conforme a apuração, foram contabilizados 32 fatos que deixaram 29 mortos e 42 feridos.
De acordo com a polícia, 25 suspeitos foram presos desde o mês passado. Houve também a apreensão de um adolescente.
As prisões ocorreram em toda a Grande Porto Alegre e são relacionadas a ataques ou confrontos que voltaram a se intensificar na segunda quinzena de agosto, principalmente na Capital.
Os fatos contabilizados — sendo 31 em Porto Alegre e um em Viamão — ocorreram entre 30 de junho e 6 de setembro. Outros casos investigados, como ocorrências em Alvorada, não entraram na contagem porque não há autoria identificada até o momento.
Segundo a diretora do Departamento de Homicídios e responsável pelo levantamento, delegada Vanessa Pitrez, o número de mortes e prisões vai aumentar com a continuidade das investigações.
Um dos casos ainda em apuração — e que não consta no levantamento — é o confronto entre policiais militares e criminosos na semana passada, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, próximo ao Beira-Rio. A polícia confirma que os três mortos estavam se preparando para alguma ação criminosa, mas ainda busca provas para saber se há relação com a guerra entre facções.
Vanessa diz que não tem dúvidas de que os criminosos tinham ligação com essa onda de assassinatos, mas ressalta que precisa de provas técnicas para isso.
— Nosso diferencial para estes casos é a utilização de ferramentas estratégicas de inteligência policial, que são silenciosas e eficientes. São elas que vão proporcionar coletas robustas das provas e garantir que as prisões realizadas se mantenham, mas também que, lá na frente, garantam a condenação desses criminosos e os mantenham na cadeia. Essas diligências exigem um certo tempo de trabalho porque são eficazes e cirúrgicas. Por isso, em breve, novos resultados serão apresentados à sociedade — explica.
Ataques a bares na Capital
A Polícia Civil ainda não tem suspeitos da morte de uma jovem ocorrida na tarde dessa terça-feira (13), no bairro Campo Novo, zona sul de Porto Alegre, e do caso de uma decapitação na Vila Cruzeiro, também na Zona Sul, no dia 24 de agosto.
No entanto, em relação aos ataques a dois bares na cidade, considerados os mais graves entre os 32 crimes do levantamento, já ocorreram prisões e identificações de suspeitos.
Sobre o atentado no Campo Novo, dia 4 de setembro, com três mortes e 25 feridos, um mandante, que está no sistema prisional, está identificado. Ainda não há prisões de executores.
Em relação ao segundo ataque a bar, no dia 6 deste mês, no bairro Bom Jesus, que resultou em uma pessoa morta e quatro feridas, a polícia já identificou dois mandantes que estão no sistema prisional e prendeu dois executores nos últimos dias. Os nomes não foram divulgados porque as investigações continuam.
A delegada Vanessa afirma ainda que os três detidos na noite de terça-feira (13), durante operação conjunta com a Brigada Militar, na zona sul de Porto Alegre, estão envolvidos em duas tentativas de homicídio ocorridas no mês passado na Lomba do Pinheiro. Ela também ressalta que um quarto envolvido e ligado ao trio detido já havia sido preso anteriormente. No entanto, de dentro da cadeia, ele teria sido o mandante de vários homicídios e atentados ligados a este conflito entre os grupos rivais.