Correção: 16 pessoas foram mortas neste ano em Rio Grande, sendo 12 em janeiro e quatro em fevereiro (três no último final de semana), e não 17 vítimas em 2022 como publicado entre 14h46min e 16h42min desta segunda-feira (7). O texto foi corrigido.
Rio Grande já registrou 16 mortes por homicídio desde o início do ano. Esse número significa que uma pessoa morre assassinada aproximadamente a cada dois dias no município. O índice fechou o mês de janeiro contabilizando 12 mortes, e somente neste final de semana foram mais três.
A marca corresponde a 57% dos assassinatos ocorridos em todo ano de 2021, que foram 28 no total, segundo dado da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).
Na madrugada do sábado (5), um homem foi morto a tiros no bairro Navegantes. A suspeita da Polícia Civil é de que o crime tenha sido causado por uma briga na saída de uma festa, por volta das 4h.
Na madrugada do domingo (6), um jovem de 19 anos foi morto a tiros e teve o corpo queimado em um incêndio. O crime aconteceu em uma borracharia no km 8 da BR-392, na região conhecida como Estrada da Barra. As investigações apontam que a vítima não tinha antecedentes criminais.
A última morte aconteceu no mesmo dia, mas à noite, quando um homem foi alvejado no bairro Profinlurb I. Ele foi atingido por tiros disparados por uma dupla em um veículo. Após o crime, a Brigada Militar perseguiu e prendeu os autores do crime.
De acordo com a delegada regional de Polícia Civil de Rio Grande, Lígia Furlanetto, os crimes têm se notabilizado por envolverem adolescentes e jovens.
— Há um problema social bastante grave por trás de tudo isso. Muitos jovens que estão próximos aos traficantes fazem parte desses grupos e que acabam sendo utilizados para a prática dos homicídios.
No dia 25 de janeiro, a cúpula da segurança pública do Rio Grande do Sul anunciou reforços para Rio Grande. Entre as ações, foram enviados 90 policiais militares, sendo 65 realocados do 5º Batalhão de Polícia de Choque (5ºBPChq) de Pelotas. A Polícia Civil também encaminhou cinco policiais para auxiliar nas investigações dos crimes.
Conforme a delegada, os grupos criminosos presentes na cidade já foram identificados e há uma equipe de profissionais da Polícia Civil específica para a investigação de como eles agem e se organizam. Ainda assim, os números seguem em alta em razão da disputa das facções, diz Lígia:
— Estamos lidando com uma situação excepcional e que foi causada por uma guerra que é a disputa pelo tráfico de drogas. As ações que estamos fazendo estão prendendo, mas atualmente as prisões não estão adiantando, porque existe essa disputa.