Uma das soluções encontradas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para melhorar os deslocamentos de presos até unidades de atendimento ainda não saiu do papel. Em reunião na última sexta-feira (25), técnicos do Samu entenderam que a situação apresentada é atípica. Desta forma, o treinamento que será dado a agentes da Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, no distrito do Apanhador, ainda será estudado e, possivelmente, concluído dentro de um mês. Caso tudo ocorra conforme o previsto, as aulas começarão no próximo semestre. A estimativa inicial era de que o encontro da semana passada definisse detalhes, como um calendário de datas. O local será no próprio presídio, para que não aconteçam deslocamentos dos servidores.
A penitenciária do Apanhador é a escolhida porque, em 7 de junho, o detento Guilherme Fernando Mendonça Huff, 29 anos, foi conduzido até a UPA Zona Norte, em Caxias, por conta de uma crise renal. O resultado foi a morte do agente da Susepe Clóvis Antônio Roman, 54 anos, em meio a um tiroteio com comparsas do detento, que estavam no local para resgatá-lo.
A ideia inicial era aproveitar as capacitações das quais integrantes do Samu já ministram na penitenciária. No entanto, segundo explica o diretor da Rede de Urgência e Emergência da SMS, Fabio Baldisserotto, será preciso reformular todo o processo.
— Não tínhamos ideia das dificuldades reais. Depois de conhecer a realidade, as pessoas que farão essa capacitação terão que montar essa aula. É algo totalmente novo — disse.
Três pessoas que estão a frente da direção e Núcleo de Ensino do Samu irão montar as aulas específicas para auxiliar os profissionais do Apanhador. Entre os itens que terão que ser pensados está a carga horária de treinamento por dia. Os agentes não poderão participar de aulas que durem, por exemplo, um turno inteiro.
— Pensamos em fazer durante algumas tardes, mas não será possível. Há também escalas em que há folgas de semanas, então teremos que montar de três a quatro turmas para conseguir atingir a todos. Eles estão sempre no limite da tensão e isso tem que ser levado muito em consideração. O fluxo de trabalho deles é diferente de tudo o que já vivenciamos em empresas ou entidades que capacitamos — afirma.