Começou na tarde desta quinta-feira (1º) a primeira audiência no processo criminal que apura a morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto, em maio deste ano. O Ministério Público acusa a mãe, Alexandra Dougokenski, pelo assassinato. O procedimento é conduzido do foro local pela juíza Marilene Parizotto Campagna.
Em mais de duas horas, o pai de menino, Rodrigo Winques, foi a primeira testemunha a depor, por meio de videoconferência, de Bento Gonçalves. Ao ser perguntado sobre como Alexandra era como mãe, declarou que "ela sempre dava de pau neles" e que se a mãe nutria amor por Rafael "não mostrava muito, gritava muito com o guri".
Rodrigo disse que recebeu uma ligação do celular de Rafael no dia 15. Era Delair Souza, namorado de Alexandra na época, que teria dito: "Não é teu filho não, quero saber onde tá teu filho, ele desapareceu", diz Rodrigo sobre o que teria ouvido de Delair. Na mesma versão que deu à polícia, o pai reafirmou que não esteve em Planalto na semana anterior à morte de Rafael. Chegou à cidade um dia depois da ligação de Delair, no dia 16, um sábado.
Na noite da morte do garoto, na madrugada do dia 14 para o dia 15, o pai disse que estava na casa da irmã, em Bento Gonçalves. E reforçou que podia provar. Rodrigo admitiu que o filho "parecia tá meio depressivo, o guri". Porém, quando Rodrigo pedia que o menino dissesse se havia um problema, a resposta era "não quero, não quero". O pai afirmou que não insistia.
Rodrigo disse que quando chegou a Planalto tinha esperanças de achar o filho vivo. E que a vida sem a criança "ficou muito ruim. Sonhava construir uma casinha pra ele." De acordo com o relato do pai, Rafael era um "guri doce, muito bom, não tinha problema nenhum, ia sempre bem nas matérias" do colégio.
Também foram ouvidos na primeira audiência Delair de Souza (namorado de Alexandra na época do fato), e Ana Maristela Stamm (professora de Rafael).
Rafael foi encontrado morto em 25 de maio deste ano dentro de uma caixa de papelão na garagem da casa da vizinha, ao lado da residência onde o garoto vivia com a mãe onde vivia com a mãe o irmão. A perícia indiciou que o garoto morreu por asfixia mecânica, provocada por estrangulamento. O Ministério Público acusa a mãe, Alexandra Salete Dougokenski, pelo assassinato.
Além, do homicídio qualificado (praticado por motivo fútil, com meio cruel e recurso que dificultou a defesa), Alexandra responde por três crimes conexos: ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
A audiência teve a participação dos defensores de Alexandra, os advogados Jean de Menezes Severo, Filipe Decio Trelles e Martin Mustschall Gross. A acusação ficou a cargo do Promotores de Justiça Michele Taís Dumke Kufner e Diogo Gomes Taborda.