A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (20), um dos quatro homens apontados como executores do bebê de um ano e dois meses Emanuel Alessandro Costa dos Santos. O crime ocorreu na Vila Maria da Conceição, zona leste da Capital, em 2 de fevereiro.
Gilberto Roldão Bueno, conhecido como Foguinho, de 43 anos, foi surpreendido na casa da companheira, na zona rural de Viamão, e portava uma carteira de motorista falsa. Ele estava com a prisão temporária decretada, além de ser considerado foragido por outros crimes.
— Recebemos uma denúncia de que ele estaria se preparando para fugir e fizemos o cerco — conta o titular da 1ª Delegacia Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Guilherme Gerhardt.
A prisão foi feita por policiais da DHPP, com o auxílio de um helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Civil.
Bueno negou que tenha cometido o crime. No entanto, de acordo com o delegado, ele entrou em contradições em diversos momentos no depoimento prestado nesta quarta-feira (20).
Além do bebê, quatro pessoas foram baleadas na ação criminosa. Durante as investigações do caso, a Polícia Civil descobriu uma série de outros delitos praticados pelo mesmo grupo.
De acordo com as apurações, a ordem para o ataque partiu de detentos que estão em penitenciárias gaúchas. O objetivo dos criminosos era vingar a morte do traficante João Carlos da Silva Trindade, conhecido como Colete, ocorrida em 2018 e que atuava na região.
Dez pessoas foram indiciadas por homicídio no inquérito que investiga a morte de Emanuel. Dessas, cinco são apontadas como mandantes, tendo ordenado o crime de dentro da cadeia. Um sexto integrante faria o contato entre os detentos e os executores, repassando as ordens. Os outros quatro são os que executaram o bebê.
Com a prisão de Bueno, nove dos 10 criminosos do grupo estão detidos. O único que segue foragido é Anderson da Luz Liscano, 27 anos, o Alemão, que seria um dos executores.
Segundo a polícia, os integrantes do grupo atuam juntos há longo tempo, lucrando com tráfico de drogas e de armas, roubos, receptação de veículos, estelionato e homicídios.
Controle do tráfico
No dia do crime, os criminosos pretendiam retomar o controle da região. O plano era roubar os traficantes rivais, matar e ficar com o rentável ponto de tráfico na vila. No final da tarde de 2 de fevereiro, um grupo de moradores conversava na calçada no acesso a um dos becos da Vila Maria da Conceição quando foi surpreendido.
Um criminoso desembarcou do banco traseiro de um veículo, com o rosto coberto por uma camiseta, e atirou na direção deles. Cinco pessoas acabaram baleadas, entre elas Emanuel, que estava no colo da mãe. O menino morreu na hora. As vítimas teriam sido escolhidas aleatoriamente. O veículo utilizado era roubado.
Quadrilha
Além dos 10 indivíduos que tiveram ligação direta com a morte de Emanuel, outros três homens, que realizaram o apoio logístico para a facção mas não tiveram relação com o homicídio, também foram identificados como associados ao grupo. Dois deles já estão presos, por outros crimes, e terão solicitação de prisão preventiva. O terceiro é Hurinythan dos Santos Aparício, 24 anos, o Iuri. Ele teve prisão temporária decretada, mas não foi localizado. A sua prisão preventiva também será solicitada.