A Polícia Civil concluiu na manhã desta quinta-feira (6) o inquérito sobre as mortes de três pessoas de uma mesma família no dia 26 de janeiro, no bairro Lami, zona sul de Porto Alegre, durante uma briga de trânsito. Dionatha Bitencourt Vidaletti, 24 anos, autor dos disparos, foi indiciado por triplo homicídio qualificado.
Segundo a polícia, a conduta da mãe do jovem, que estava junto no momento do crime, ainda está sendo avaliada e ela pode responder por fraude processual.
O titular da 4ª Delegacia de Homicídios da Capital, delegado Rodrigo Garcia, remete o inquérito à Justiça nesta tarde. O policial destaca que Vidaletti responde por triplo homicídio com as qualificadoras de impossibilitar a defesa das vítimas e motivo fútil — uma discussão após o carro das vítimas bater no veículo do atirador.
Foram mortos a tiros — com disparos na região do pescoço e da cabeça — Rafael Zanetti Silva, 45 anos, Fabiana Innocente Silva, 44 anos, e o filho do casal, Gabriel Innocente Silva, 20 anos. O filho mais novo e a namorada de Gabriel presenciaram o crime.
Se condenado pelos homicídios qualificados, Garcia acredita que Vidaletti — preso desde 28 de janeiro — possa pegar de 12 a 30 anos de prisão, mas ainda vão contar as qualificadoras e o agravante de serem três vítimas, bem como o atenuante de ele ser réu primário.
Mesmo com a conclusão do inquérito, ainda serão anexados posteriormente os laudos periciais de necropsia, exame toxicológico e de balística. Garcia diz que aguarda pelos resultados que, segundo ele, são importantes, mas não conclusivos.
Possível fraude processual
O delegado diz que a mãe do atirador, que não está tendo o nome divulgado porque sua conduta ainda está sendo avaliada, pode ser indiciada nos próximos dias — por meio de um anexo ao relatório que irá para o Ministério Público — por fraude processual. Garcia avalia se a mulher teria modificado o objeto ou a cena do crime.
— Está relacionado diretamente ao fato de que ela fugiu do local com o filho, já que estava junto na cena do crime, e também porque a arma usada não foi localizada — explica.
A mãe de Vidaletti chegou a efetuar um disparo para o alto, mas a interpretação é de que foi para impedir a continuidade das discussões. A arma usada no crime, que é de propriedade da família Vidaletti, não foi encontrada.
GaúchaZH entrou em contato com a defesa de Vidaletti e aguarda resposta.