A Polícia Civil prendeu, na tarde desta quinta-feira (23), o principal suspeito de assassinar uma mulher transexual em Santa Maria, na Região Central. Morgana Cláudia Ribeiro, 37 anos, foi encontrada morta dentro de casa na tarde de terça-feira (21), na Rua La Paz, no bairro Chácara das Flores, mas a suspeita é de que o crime ocorreu no domingo (19).
Segundo a delegada Elizabete Shimomura, o homem de 30 anos prestou depoimento acompanhado de um advogado. Ele disse que conheceu Morgana na madrugada de domingo e negou participação no crime. Para a delegada, as provas são contundentes, e a prisão é necessária para o andamento da investigação. O nome dele não foi divulgado.
O corpo foi encontrado pela mãe de Morgana, dentro da casa onde morava. Conforme o relato da mulher aos policiais, ela foi até a residência porque, desde domingo, a filha não atendia a ligações e não respondia as mensagens enviadas pelo celular. Ao entrar na residência, a mãe encontrou o corpo da filha caído na sala, parcialmente encoberto por um sofá. O laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que a causa foi um traumatismo crânio.
Esse foi o quinto assassinato de transexual na Região Central nos últimos cinco meses. Conforme a delegada, não há relação entre os crimes.
Quinta morte de transexual na região
As primeiras das cinco mortes ocorreram no dia 7 de setembro do ano passado. Na madrugada daquele dia, Caroline Dias, 27 anos, foi morta a tiros na esquina da Avenida Borges de Medeiros, em Santa Maria, ao recusar um programa sexual. Já à noite, no bairro Tancredo Neves, Nemer da Silva Rodrigues, conhecida como Mana, foi assassinada a facadas por dois jovens após um desentendimento por conta de um capacete.
No dia 12 de dezembro, Verônica Oliveira, 40 anos, conhecida como Mãe Loira, que mantinha um alojamento para transexuais na cidade e era uma das líderes do movimento LGBT+ em Santa Maria, foi morta com uma facada após um desentendimento por um programa sexual.
O último caso ocorreu no dia 1º de janeiro, no interior de Dilermando de Aguiar, quando Selena Peixoto, 39 anos, foi assassinada a tiros na frente de casa. Na segunda-feira, a Polícia Civil prendeu dois suspeitos pelo crime.
A motivação seria por conta da dívida que um deles tinha com a mulher pela compra de um cavalo por R$ 600. Selena criava equinos e mantinha uma casa de religião africana.