A Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira (20), dois suspeitos da morte de uma mulher em Dilermando de Aguiar, na Região Central, ocorrida na noite de 1º de janeiro. A vítima, que era transexual e conhecida como Selena Peixoto, de 37 anos, foi morta a tiros na localidade de Sarandi, no interior do município.
Até o momento, as investigações apontam que o motivo do crime seria uma dívida de R$ 600 que um dos suspeitos tinha com a vítima pela compra de um cavalo. Conforme a polícia, Selena criava equinos, além de manter uma casa de religião africana.
Os suspeitos têm 25 e 26 anos e foram presos temporariamente, por 30 dias. Eles não tiveram os nomes divulgados.
Um dos jovens seria o autor dos disparos e quem teria a divida com a vítima. O outro seria o responsável por dirigir o carro usado no momento do crime. A polícia também descobriu que este homem estava foragido por conta de uma condenação por roubo, de dezembro do ano passado.
— Cumprimos esses dois mandados de prisão para que possamos concluir o inquérito, as diligências que ainda faltam. A motivação, pelo que temos até o momento, seria por questões comerciais, dívidas. Então, não tem relação nenhuma com crime de homofobia, questão de gênero. Eles eram conhecidos da vítima há bastante tempo. Um deles tinha essa dívida e, por conta das insistentes cobranças dela, ele cometeu o homicídio —afirma a delegada Alessandra Padula.
Os dois suspeitos foram encaminhados à Penitenciária Estadual de Santa Maria.
Crime em Dilermando de Aguiar
Selena foi morta na noite do dia 1º de janeiro. Conforme a Brigada Militar de São Pedro do Sul, responsável pelo policiamento em Dilermando de Aguiar, PMs foram chamados por vizinhos de uma casa que fica na localidade de Sarandi, após tiros serem ouvidos.
Quando chegaram ao local, por volta das 21h, os policiais fizeram contato com o dono da residência, de 57 anos, companheiro de Selena, que afirmou que ela havia tido um derrame. Os PMs alegaram que a vítima não apresentava sinais aparentes de ferimento ou marcas de sangue e, por isso, foi colocada em um carro e levada para atendimento.
No Pronto Atendimento em Santa Maria, contudo, o médico constatou que havia marcas de dois disparos no corpo da vítima. Após a morte, o companheiro de Selena mudou a versão e afirmou que um veículo chegou em frente à casa e chamou pela mulher, que teria sido atingida ao sair da residência. Ele alegou que não contou sobre os disparos porque queria que ela fosse levada para atendimento o mais rápido possível.
A Polícia Civil afirma que está descartada qualquer participação do companheiro dela no crime.