A Polícia Civil investiga mais uma morte envolvendo uma mulher transexual em Santa Maria. Morgana Cláudia Ribeiro, 37 anos, foi encontrada morta dentro de casa na tarde de terça-feira (21) na Rua La Paz, no bairro Chácara das Flores.
Em um primeiro momento, não foi possível identificar marcas de violência no corpo da vítima, já que a suspeita é de que a morte tenha ocorrido no último domingo (19). No entanto, no início da manhã desta quarta-feira (22), laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que a causa foi um traumatismo crânio encefálico devido a uma lesão na região temporal. Outros exames foram solicitados.
O corpo foi encontrado pela mãe de Morgana, dentro da casa onde morava. Conforme o relato da mulher aos policiais, ela foi até a residência porque, desde domingo, a filha não atendia a ligações e não respondia as mensagens enviadas pelo celular. Ao entrar na residência, a mãe encontrou o corpo da filha caído na sala, parcialmente encoberto por um sofá.
Quinta morte de transexual na região
Essa é a quinta morte de mulheres transexuais na Região Central nos últimos cinco meses. O que tem causado preocupação e medo na comunidade LGBT+ em Santa Maria.
"Até quando teremos que sepultar nossos amigos, nossos irmãos? Chega de transfobia. Precisamos dar um basta nessa violência. Mais uma trans morta em Santa Maria. Até quando os LGBTs serão mortos nesta cidade? Lamentamos a tua morte, Morgana, amiga, guerreira, militante, mulher. Sentiremos sua falta", escreveu a ONG Igualdade em uma rede social.
As primeiras das cinco mortes ocorreram no dia 7 de setembro do ano passado. Na madrugada daquele dia, Caroline Dias, 27 anos, foi morta a tiros na esquina da Avenida Borges de Medeiros, em Santa Maria, ao recusar um programa sexual. Já à noite, no bairro Tancredo Neves, Nemer da Silva Rodrigues, conhecida como Mana, foi assassinada a facadas por dois jovens após um desentendimento por conta de um capacete.
No dia 12 de dezembro, Verônica Oliveira, 40 anos, conhecida como Mãe Loira, que mantinha um alojamento para transexuais na cidade e era uma das líderes do movimento LGBT+ em Santa Maria, foi morta com uma facada após um desentendimento por um programa sexual.
O último caso ocorreu no dia 1º de janeiro, no interior de Dilermando de Aguiar, quando Selena Peixoto, 39 anos, foi assassinada a tiros na frente de casa. Na segunda-feira, a Polícia Civil prendeu dois suspeitos pelo crime.
A motivação seria por conta da dívida que um deles tinha com a mulher pela compra de um cavalo por R$ 600. Selena criava equinos e mantinha uma casa de religião africana.