A Justiça Federal prorrogou por mais cinco dias 10 prisões temporárias de suspeitos de integrar a direção da Unick, de São Leopoldo. A decisão foi tomada no final da noite de segunda-feira (21) a pedido da Polícia Federal (PF) com o objetivo de obter mais tempo para os depoimentos dos investigados por suspeita de fraude financeira envolvendo mercado de moedas virtuais.
Dos 10 mandados de prisão temporária expedidos na Operação Lamanai, nove foram cumpridos — um dos investigados permanece foragido. Cinco dos nove presos já prestaram depoimento, e os demais serão ouvidos a partir desta terça-feira (22).
Os agentes também analisam documentos e mídias, além de informações de emails e celulares apreendidos durante os mais de 70 mandados judiciais cumpridos no último dia 17, no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e em mais três Estados. Eles também aguardam relatório do Banco Central sobre bloqueio de contas bancárias. A empresa é suspeita de fraude em esquema de pirâmide financeira no mercado de moedas virtuais, prometendo lucros de 100% sobre o valor investido em até seis meses.
Somente no Brasil, a empresa tem 740 mil cadastros de investidores, mas a PF diz que o grupo já teria movimentado R$ 9 bilhões e tinha cerca de um milhão de clientes operando em até 14 países. A defesa da Unick informa que está analisando inquérito da PF para se manifestar sobre o caso. Por enquanto, não há informações sobre pedidos de habeas corpus.