Agentes da Polícia Federal começaram a ouvir nesta sexta-feira (18) os nove detidos na ofensiva realizada contra a Unick Forex na quinta-feira (17). A Operação Lamanai prendeu o núcleo da empresa gaúcha e cumpriu 65 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul, Curitiba (PR), Bragança Paulista (SP), Palmas (TO) e Brasília (DF).
Os presos foram identificados como Leidimar Bernardo Lopes, Danter Navar da Silva, Fernando Baum Salomon, Paulo Sérgio Kroeff, Israel Nogueira e Souza, Sebastião Lucas da Silva Gil, Euler da Silva Machado, Ronaldo Luiz Sembranelli e Marcos da Silva Kronhardt. Também havia mandado de prisão contra Fernando Marques Lusvarghi, que não foi localizado pela polícia.
Por meio de nota, a defesa dos suspeitos afirmou: "o escritório Nelson Wilians e Advogados Associados, que está representando cível e criminalmente a Unick Academy, ainda não teve acesso ao inquérito e às medidas cautelares, não podendo se manifestar neste momento."
No mercado desde 2017, a empresa prometia lucros de 100% sobre o valor investido em até seis meses. Os pagamentos das aplicações podiam ser feitos por boleto, com investimento mínimo de R$ 99. Segundo a Polícia Federal, a empresa gaúcha teria, atualmente, 740 mil cadastros ativos em todo Brasil.
A PF ainda não divulga a soma de valores e bens sequestrados pois segue recebendo objetos e documentos que foram apreendidos em outros Estados onde a operação ocorreu. Na quinta-feira (17), foram cumpridas medidas judiciais para apreensão de pelo menos 48 veículos. Apenas em bitcoins, segundo a PF, foram apreendidos R$ 50 milhões. A nova fase da investigação se dará a partir da análise dos itens apreendidos.
A operação investiga os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, organização criminosa, crime contra o sistema financeiro e crime contra a economia popular.
A empresa prometia lucros exorbitantes aos seus investidores e até o começo deste ano cumpria os retornos prometidos, o que teria permitido fôlego para atração de novos clientes. Segundo a investigação da PF, a remuneração dos clientes se baseava na lógica de que os mais antigos investidores seriam subsidiados com o dinheiro dos novos participantes, o que caracterizaria modalidade de pirâmide. Porém, há um momento em que, com o aumento do volume de clientes, conforme explicam os investigadores, a captação da Unick teria se tornado menor do que o resgate e os recursos para pagamento dos investidores acabariam se esgotando.
Entenda como funcionaria o esquema investigado, segundo a PF