Um dos presos na operação da Polícia Federal contra o esquema de pirâmide financeira comandado pela Unick Forex é réu por envolvimento em outra fraude — descoberta pela Polícia Civil em 2017. Danter Navar da Silva, que se apresenta como diretor da Unick, responde na Justiça pelo envolvimento com a "D9 Clube de Empreendedores", investigada por lesar vítimas em mais R$ 200 milhões.
A D9 prometia ganhos fáceis aos investidores. Conforme a investigação, as vítimas depositavam valor para a empresa, por meio de seu site, com a promessa de ganhar imediatamente entre 30% e 150% do valor aplicado em apostas de eventos esportivos, como jogos de futebol. As atividades da empresa foram iniciadas na Bahia, mas parte do negócio foi criada no Rio Grande do Sul.
Em setembro de 2017, 23 pessoas envolvidas foram denunciadas pelo Ministério Público, entre elas Silva. Conforme a investigação, as vítimas eram chamadas para eventos em que os participantes da pirâmide prometiam os rendimentos e apresentavam bens adquiridos, como carros e viagens internacionais.
Ao investirem na plataforma, as vítimas não assinavam contrato formal, apenas ganhavam acesso a uma plataforma virtual com login e senha. Os valores eram convertidos em bitcoins, segundo a investigação, para não serem rastreados pelas autoridades.
O homem considerado líder do esquema da D9 no RS, Márcio Rodrigo dos Santos, foi assassinado em 2018 em Santa Catarina. O corpo foi carbonizado dentro do carro do empresário, um Audi A4. Na época, a Delegacia de Homicídios de Balneário Camboriú concluiu que o crime foi motivado por vingança em razão do esquema que seria uma pirâmide.
Um processo sobre a atuação da D9 tramita na Vara Criminal de Sapiranga. Responsável pela defesa de Danter nesse caso, o advogado Marcelo Lemos afirma que ocorreu um "equívoco da imputação penal". Conforme o advogado, as provas da acusação contra Danter são postagens no Facebook. Ele responde por crime contra economia popular e organização criminosa.
No caso investigado atualmente pela PF, por meio de nota, um escritório de advocacia se manifestou por meio de nota: "o escritório Nelson Wilians e Advogados Associados, que está representando cível e criminalmente a Unick Academy, ainda não teve acesso ao inquérito e às medidas cautelares, não podendo se manifestar neste momento."