Ao completar um mês do confronto em barreira policial no município de Cristal, no sul do Estado, que deixou duas mulheres e uma criança mortas, pelo menos cinco bandidos que assaltaram banco na região e seriam resgatados, conforme a Polícia Federal (PF), ainda seguem foragidos. A quadrilha atacou uma agência do Bradesco em Dom Feliciano - além de trocar tiros com os policiais. Segundo a investigação, as duas mulheres que morreram estavam em dois carros que foram atingidos por tiros depois de furarem o bloqueio. As apurações da PF e do Ministério Público Federal (MPF) sobre a ação dos agentes ainda não foram concluídas.
Além das mortes de Daniela Weizemann e Aline Pirola, que dirigiam os dois veículos entre o final da noite de 16 de julho e o início da madrugada do dia 17, também ocorreram outras duas mortes alguns dias depois. O filho de Daniela, Vitor Berghann, 4 anos, morreu em hospital de Porto Alegre. Além disso, Marcos Luis Berghann, pai dele e marido de Daniela, que estava junto em um dos carros e foi preso pelos policiais, foi encontrado morto na carceragem da PF na Capital. Uma menina de dois anos, filha de Aline e que estava com ela em um dos automóveis, teve ferimentos leves e foi encaminhada a familiares.
Investigação
Segundo a PF, há provas e indícios de que os adultos, que estariam usando as crianças na tentativa de não chamar a atenção da polícia, iriam resgatar os cinco bandidos que estavam sendo procurados através de barreiras e buscas na região. A PF, que instaurou inquérito sobre o caso, diz que a investigação segue em tramitação e que todos os policiais presentes na ocorrência – mais de 10 –, já foram ouvidos. Os laudos produzidos pelo Instituo Geral de Perícias já foram encaminhados à Superintendência da instituição. O inquérito prossegue porque precisam ser ouvidas mais testemunhas, bem como precisam ser realizadas novas perícias e análises pela equipe de investigação.
Os responsáveis pela investigação, para não prejudicar a apuração, não informaram detalhes sobre os suspeitos de assaltar o Bradesco em Dom Feliciano. Sobre as mortes durante confronto, a PF já destacou que não tinha informações sobre o fato de que crianças estavam nos veículos e ressaltou que todas as medidas necessárias foram adotadas na época. No entanto, uma possível falha no procedimento adotado pelos agentes é apurada. O MPF também investiga a atuação dos policiais neste caso. O prazo para concluir o inquérito era de 30 dias e poderia ser prorrogado por mais 90 dias. GaúchaZH entrou em contato com a assessoria da PF na sexta-feira da semana passada, mas ainda aguarda retorno.