Ao menos 52 presos morreram na manhã desta segunda-feira (29) em uma unidade prisional de Altamira, no sudoeste do Pará. Destes, 16 foram decapitados.
Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), órgão que administra o sistema prisional do Estado, a rebelião foi registrada no Centro de Recuperação Regional de Altamira.
As primeiras informações do governo do Pará dão conta de que as mortes ocorreram durante brigas entre facções rivais que tentam controlar o presídio de Altamira. Durante o motim, dois agentes foram mantidos reféns. Entretanto, eles foram liberados no final desta manhã, após uma longa negociação mediada por policiais civis, miliares e promotores de Justiça.
Segundo a Susipe, a confusão começou por volta das 7h, durante o café da manhã. Policiais fazem vistoria no presídio para recontagem de presos.
Esta é a segunda maior rebelião com mortos do ano. Em maio, uma sequência de ataques nos presídios do Amazonas deixou ao menos 65 mortos.
Massacre em presídios
O caso de Altamira remete a 2017, quando uma sequência de ataques em unidades prisionais deixou 126 presos mortos no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte.
No Ano-Novo de 2017, Manaus protagonizou a morte de 59 detentos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) — até então, o maior massacre de presos desde o Carandiru, em 1992.
Naquele mesmo ano, a crise prisional se estendeu para outros Estados. Quatro dias depois da chacina nas unidades prisionais do Amazonas, 33 presos foram assassinados no maior presídio de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
Também no início de 2017, um motim deixou pelo menos 26 mortos, decapitados ou carbonizados, na penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, a maior do Rio Grande do Norte.
Em setembro de 2018, o Centro de Recuperação de Altamira também registrou um caso de rebelião de presos. Na ocasião, seis deles foram assassinados por outros detentos e um morreu carbonizado após uma tentativa de fuga.