Um homem foi preso preventivamente por policiais federais em um shopping de São Paulo no momento em que tentava fugir. Segundo a Polícia Federal (PF), ele é suspeito de pelo menos 10 casos de estelionato, a maioria contra mulheres, quando se passou por agente federal e enganou as pessoas para obter dinheiro. O detido, que não teve o nome divulgado, mas GaúchaZH apurou que se trata de Daniel Lopes da Silveira, 38 anos, foi conduzido até a carceragem da PF de Porto Alegre nesta quinta-feira (25).
Quando as promessas não eram atendidas, o homem se tornava agressivo e começava a ameaçar as vítimas. Sabe-se que foram aplicados golpes em em pelo menos quatro Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
A investigação se iniciou em março deste ano com uma denúncia sobre a atuação de Silveira. Em alguns casos, conforme o delegado João Rocha, responsável pela Delegacia da Defesa Institucional da PF, o homem, que foi preso na quarta-feira (24), ameaçou vítimas para obter dinheiro ou então garantir o silêncio das pessoas com as quais se relacionava.
O homem se apresentava como integrante de um grupo tático da PF. A partir daí, mantinha relacionamentos afetivos com mulheres e prometia vantagens às companheiras, aos parentes e aos amigos das vítimas, como vistos norte-americanos, passaportes e mercadorias apreendidas por valores abaixo do mercado.
— Ele conhece essas mulheres e depois de um certo tempo, sempre se passando por policial federal, diz que não estava recebendo salário ou apresentava certa quantia em dinheiro. Aí, deixa com ela e depois pede mais. A mulher acaba vendendo o carro ou fazendo financiamento. Ele tem outras mulheres, uma terceira, uma quarta. Diz, também, que tinha sido punido na PF e que não tinha recebido o salário de R$ 9 mil. Uma delas, que mora na região metropolitana de Porto Alegre, nos contou que ele saía todo dia fardado e voltava à tarde com uniforme — explica o delegado.
Segundo Rocha, são pelo menos 10 casos de estelionato investigados — o homem teria lucrado pelo menos R$ 15 mil com cada vítima. O preso ainda responde pelos crimes de agressão e de uso indevido de marcas da administração pública.
— A atual companheira relatou que ele criou um documento que seria transferido para os EUA, que seria adido lá. Então, poderia levar duas pessoas. A esposa indicou um primo e um amigo. E ele ganhou dinheiro em cima dos dois que iriam para os EUA — complementa o delegado.
A Polícia Federal orienta qualquer pessoa que tenha sido enganada a procurar a unidade mais próxima para denúncia. Silveira permanecerá preso na carceragem até obter vaga no sistema prisional gaúcho.
Contraponto
Segundo o delegado Rocha, na presença da advogada, Silveira mostrou-se arrependido dos crimes:
— Ele admitiu de forma genérica ter obtido vantagens se passando por policial federal. Ele tinha armas em casa e as companheiras não sabiam se eram verdadeiras ou réplicas.
A advogada Josiane Leal Schambeck informou que irá entrar com pedido de liberdade do seu cliente e que Silveira está colaborando com as investigações.