O Ministério Público (MP) denunciou na manhã desta sexta-feira (7) cinco pessoas por envolvimento no latrocínio (roubo com morte) que vitimou pai e filho em Estância Velha, no dia 10 de abril. O assalto a joalheria resultou na morte de Leomar Canova, 59 anos, e Luis Fernando Canova, 35 anos.
Rafael Santos Domingues, 19 anos, e Davi dos Santos Mello, 20 anos, são apontados como os autores do assalto. Os dois estão presos. Ainda foram denunciadas duas mulheres e um homem.
A denúncia foi entregue pelo promotor Bruno Carpes durante a manhã. Segundo o representante do MP, o documento tem como base o inquérito entregue na semana passada pela Polícia Civil.
— A denúncia corrobora com o que apontou a investigação. Sempre confiamos no trabalho da polícia. A polícia se mostrou muito competente. Tudo se encaminha para desfecho de condenação. Que tenhamos assim um pouco de justiça.
O promotor afirmou ainda que a morte de pai e filho gerou comoção na comunidade. A proprietária da loja, Elaine, estava ao lado do marido e do filho, quando eles foram mortos a tiros pelos dois autores do assalto.
— Eu mesmo fui acompanhar a perícia. E se via naturalmente o quanto a sociedade sentiu esse crime. Isso deixa toda sociedade, causa até dano moral no coletivo. Foi algo muito cruel — comenta.
O promotor está convicto de que os dois presos ao longo da investigação, um deles na Argentina, são os autores do latrocínio. As imagens de câmeras de segurança da joalheria foram essenciais para identificar a dupla. Carpes lembra que, no caso de Mello, ele foi reconhecido inclusive pela mãe.
O representante do MP encaminhou à Justiça uma solicitação para que seja recolhido material genético dos dois presos para realização de perícia. A medida depende de análise do Judiciário.
— Em nome do MP, eu requeri medida cautelar de recolhimento de material genético. Em um dos automóveis foi recolhido material. Mas eles se negaram a fornecer para comparação. Entendo que hoje temos condição de fazer a entrega passiva. Sem ofender a integridade física dos réus — diz.
Os denunciados
Identificado como o criminoso de camisa rosa no assalto, foi preso na noite de 23 de abril. Foi denunciado por latrocínio, duas receptações (em razão dos veículos usados no crime), adulteração de sinal de veículo automotor (carro clonado) e porte ilegal de arma de fogo. Nega envolvimento no crime.
Identificado como o criminoso de camiseta preta, foi preso em 18 de maio, na Argentina. Foi denunciado por latrocínio, duas receptações (em razão dos veículos usados no crime), adulteração de sinal de veículo automotor (carro clonado) e porte ilegal de arma de fogo. Nega que tenha se envolvido no latrocínio.
Cassineli Pimenta
Era na casa dela que Rafael estava escondido quando foi preso pela BM. Não ficou comprovado que a mulher tivesse envolvimento com o assalto, antes ou durante a sua realização. Foi denunciada pela receptação (em razão de uma caixa de joias encontrada na casa dela) e favorecimento pessoal (por ter escondido o foragido em casa). Prestou depoimento à Polícia Civil e negou qualquer envolvimento no crime.
Sheila Viviane Dutra
Amiga de Cassineli, havia suspeita de que pudesse ter receptado as joias roubadas. Na casa dela foi encontrado um pingente roubado da joalheira. Foi denunciada por receptação. Segundo a Polícia Civil, Sheila não compareceu à Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos.
Maximiliano Staehler Rolim
Para deixar o local do assalto, os criminosos usaram um Honda City. No entanto, ao longo da investigação, a polícia apurou o possível envolvimento de um Focus, abandonado em São Leopoldo. Imagens captaram o momento em que três pessoas saíram correndo de dentro do carro. Um deles carregava uma mochila, semelhante à usada no assalto. A polícia conseguiu identificar o motorista, a partir de um celular esquecido dentro do veículo. Para o promotor Bruno Carpes, Rolim auxiliou na fuga dos autores do latrocínio. No entanto, não ficou comprovado que ele tenha participado do roubo à joalheria. Ele foi denunciado por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, já que o automóvel foi clonado. Morador da Região Metropolitana, o denunciado está foragido e não foi encontrado para prestar esclarecimentos. Não foi localizado pela polícia para prestar esclarecimentos sobre o caso.