Acusado de abuso sexual, o médium João de Deus corre o risco de ser preso. Após sua tentativa de continuar atendendo nesta quarta-feira (12), o Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou no final da tarde o pedido de prisão preventiva. Dois promotores responsáveis pela força-tarefa que investiga mais de 200 denúncias contra o médium estiveram no Fórum de Abadiânia. O pedido deve ser analisado pela comarca local.
O advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse que "a informação que nós temos é que efetivamente o MP fez um pedido à Justiça, mas nós não conhecemos o teor desse pedido. Sem conhecer, eu não tenho como me contrapor a ele. Vou para Abadiânia amanhã mesmo ver se eu consigo avaliar".
Toron disse ainda ter reafirmado oficialmente às autoridades que seu cliente segue à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos.
João de Deus é suspeito de abuso sexual contra mulheres e também adolescentes. Ele nega as acusações e se diz inocente. O balanço mais recente do MP-GO é de 206 possíveis vítimas.
O médium goiano também disse nesta quarta-feira que está à disposição da Justiça brasileira. Ele esteve na quarta-feira (12) por 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde realiza, há 42 anos, consultas e aconselhamentos espirituais, além das chamadas cirurgias espirituais. Ele chegou e saiu sob aplausos, afirmando estar sem condições de trabalhar.
Circularam informações de que o religioso chegou a voar para São Paulo a fim de se aconselhar com Toron. O advogado do médium nega essa informação. "O senhor João de Deus continua em Abadiânia à disposição das autoridades locais", afirmou.
— Irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da Justiça. O João de Deus ainda está vivo — declarou o médium.