Após a repercussão de depoimentos de abuso sexual contra João Teixeira de Faria, o João de Deus, a delegada Marcella Orçai revelou, ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, que a Polícia Civil de Goiás recebeu as primeiras denúncias contra o médium há 10 anos.
— Esse médium já foi investigado em procedimentos entre 2008 e 2011 pela Polícia Civil, que foram concluídos e encaminhados ao Judiciário, mas que não geraram condenação. Desde 2016, a polícia já investiga, com inquéritos em aberto. Em meados de 2018 outros dois inquéritos já tinham sido instaurados pela Delegacia de Investigações Criminais — relatou nesta terça-feira (11).
— O que aconteceu agora foi uma visibilidade nacional do caso, e muitas vítimas, que não tinham coragem de procurar as delegacias, estão procurando — completou.
Segundo a delegada, a Polícia Civil investiga 11 casos de abusos sexuais. Dois deles foram relatados aos investigadores nos últimos dois dias. Os crimes apurados são estupro, estupro de vulnerável, importunação sexual mediante fraude e importunação. Marcella conta ainda que os relatos demonstram um padrão de comportamento de João de Deus com as vítimas.
— (Os casos) são muito semelhantes. O que temos que nos ater, com seriedade, são aos casos antes de ocorrer a denúncia na televisão, principalmente analisando os casos que nós já tínhamos.
Na segunda-feira (10), o Ministério Público de Goiás montou uma força-tarefa nacional para investigar as denúncias e abriu um procedimento específico para o fechamento da casa onde o médium atende o público.