Um documento falso tem provocado incomodação ao jornalista aposentado e servidor da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul Gustavo Mota, 64 anos. Há poucos dias, ele recebeu a informação da Polícia Civil de que um homem preso em flagrante por estelionato e falsificação de documento público aplicou golpes como se fosse ele.
Irineu Schneider, 64 anos, o suspeito, foi preso no momento em que tentava sacar o valor referente a um empréstimo bancário feito com o uso de uma carteira de identidade falsificada com o nome de outra pessoa. Na 9ª Delegacia de Polícia (bairro Passo D'Areia), permaneceu em silêncio, alegando que só se manifestará em juízo.
Com Gustavo Mota, o preso conversou. De acordo com o servidor da Assembleia Legislativa, Schneider lhe disse que recebia 20% do total obtido com cada golpe aplicado com documentos adulterados por ele. Com o nome de Mota, foi feito um empréstimo em uma financeira de Capanema, no Pará, no valor de R$ 30 mil. O dinheiro foi depositado em uma agência em Porto Alegre.
— Estou até pensando em ficar com esse dinheiro pra mim, já que está no meu nome — brinca Mota.
Pelo menos R$ 6 mil teriam ficado com o suspeito preso. O restante teria sido dividido por outras pessoas, ainda não reveladas pela investigação.
— Só queria entender como ele conseguiu fazer essa conta tão fácil, já que a burocracia é muito grande. Uma vez tentei abrir conta no mesmo banco, mas esperei tanto que desisti — questiona Mota.
De acordo com os agentes, Schneider tinha em sua residência quatro identidades falsas e já teria aberto ao menos três contas bancárias usando nome de terceiros. Informalmente, ele afirmou que conseguiu a documentação adulterada com pessoas no Centro Histórico de Porto Alegre, nas proximidades da Praça XV de Novembro.
De acordo com o delegado Alexandre Vieira, os documentos já foram encaminhados para serem periciados. Ele não forneceu detalhes sobre a investigação, mas disse que outras vítimas estão sendo chamadas a depor.
Como o inquérito chegou há poucos dias ao Ministério Público, ainda não há um posicionamento relativo a prazos para denúncia. A polícia também pediu a prisão preventiva de Irineu, que segue detido no Presídio Central, devido ao flagrante.
GaúchaZH entrou cinco vezes em contato com Alexandre Fischer, advogado de Irineu Schneider, nos números disponíveis. Nenhuma das ligações foi atendida.