A Justiça catarinense acolheu a denúncia oferecida pelo Ministério Público daquele Estado, e o oficial do cartório de registro de Imbituba, Paulo Odilon Xisto Filho, 36 anos, virou réu no processo sobre a morte de sua namorada, a modelo gaúcha Isadora Viana Costa, 22 anos. O crime ocorreu no dia 8 de maio, área central de Imbituba, no litoral de Santa Catarina. Paulo Odilon responde por homicídio duplamente qualificado e feminicídio.
De acordo com a denúncia do MP, Paulo Odilon teria matado a modelo, nascida em Santa Maria, por motivo fútil: acreditando que o namorado havia sofrido uma overdose, Isadora acionou a irmã dele. O oficial de cartório, então, revoltou-se, pois escondia da família que usava drogas. Ele então teria agredido a jovem, provocando a sua morte.
Outra qualificadora que consta da denúncia é o uso de meio que dificultou a defesa da vítima, uma vez que o réu teria feito uso de força desproporcional ao atacá-la. O feminicídio é caracterizado pela violência doméstica e porque ambos mantinham relação afetiva.
Paulo Odilon e uma amiga do casal foram responsabilizados também por fraude processual. Ambos teriam modificado a cena do crime lavando lençóis e toalhas, retirando garrafas de bebidas alcoólicas do local, espalhando comprimidos de remédios controlados pela residência e inserindo cobertores e malas na cama na qual estava a vítima.
O acusado ainda mantinha armas e munições com registros vencidos: uma espingarda calibre 12, 80 munições do mesmo calibre, além de uma pistola calibre 380 e 66 munições.
Procurada, a defesa de Paulo Odilon se manifestou por meio de nota, na qual afirma discordar das acusações, assim como do laudo médico, considerado equivocado. Conforme os advogados Aury Lopes Jr e Bruno de Menezes, "ocorreu uma fatalidade decorrente do uso excessivo e acidental de entorpecentes, que será comprovada ao longo da instrução".